Bancos centrais na encruzilhada entre inflação e recessão

Concentre-se novamente nos bancos centrais para a Piazza Affari e outras bolsas internacionais. O foco da próxima semana será em Sintra, Portugal, onde acontecerá o fórum anual do BCE (amanhã até 28 de junho), que fará da estabilização macroeconômica um tópico de discussão em meio à inflação volátil.

Os principais banqueiros centrais são esperados, a começar pela presidente do BCE, Christine Lagarde. A seguir, na quarta-feira, o painel envolvendo a própria Madame ECB, bem como os governadores do Banco da Inglaterra, do Banco do Japão e do Federal Reserve.

O evento português é de importância central porque pistas mais claras podem aparecer sobre os movimentos futuros dos bancos centrais após as últimas (generalizadas) altas de juros: o custo do dinheiro na Eurolândia é agora de 4%. Um aperto do qual apenas o Fed pausou, que já planejou novos aumentos até dezembro, ainda como antídoto para o alto custo de vida.

Durante a semana, os dados de inflação da Zona Euro (sexta-feira) devem, assim, ser acompanhados de perto, com as estimativas a apontarem para um novo abrandamento (5,6% esperado pelos economistas), enquanto a componente subjacente deverá acelerar ligeiramente. O mesmo número para Itália e Alemanha está na agenda de quarta e quinta-feira.

A própria Berlim, embora permaneça entre os “falcões” da austeridade na Europa, já entrou em recessão técnica no primeiro trimestre do ano. Um sinal preocupante ao qual se somou sexta-feira o congelamento do setor manufatureiro do Velho Continente. Por isso, será importante ver como a China (o PMI Dragão sai na sexta-feira) e a confiança do consumidor dos EUA (terça-feira), bem como a evolução dos estoques de petróleo (quarta-feira).

Leigh Everille

"Analista. Criador hardcore. Estudioso de café. Praticante de viagens. Especialista em TV incurável. Aspirante a fanático por música."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *