LISBOA – A inflação “é boa” para Portugal, pelo menos para as suas contas públicas. O Ministério das Finanças de Portugal anunciou ontem que o Orçamento do Estado reforçou a tendência de superávit também em agosto, com um superávit de 2,3 bilhões de euros. A fonte ministerial atribui esta vaga particularmente positiva, que em todo o caso caracteriza a política financeira de Portugal nos últimos anos (mas o excedente de agosto é cinco vezes superior ao de julho), ao novo dinamismo da atividade económica, que está a recuperar da pandemia, mas também do aumento dos preços e do consequente aumento das receitas fiscais.
Por isso, o debate político sobre como ajudar os portugueses continua muito acalorado, com a oposição acusando o Estado de se enriquecer na pele dos cidadãos. No próximo mês de outubro, será aplicado o pacote de ajuda às famílias, trabalhadores e pensionistas anunciado pelo primeiro-ministro António Costa no início de setembro. Ele ascende a 2,4 mil milhões de euros e prevê um pagamento único de 125 euros aos trabalhadores com rendimentos até 2.700 euros por mês, abonos familiares extraordinários e um aumento das pensões que a oposição não denuncia, no entanto, um adiantamento dos aumentos esperado para 2023, que é um truque contábil para esconder uma ação governamental ainda muito tímida. Entretanto, à medida que se aproxima o debate sobre a lei orçamental, a proposta do ministro da Economia Costa Silva de reduzir o imposto sobre as sociedades, seguida de uma série de recusas cruzadas, parece já ter criado tensões no seio do mesmo executivo.
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