a oposição ganha as eleições políticas

A votação legislativa de 25 de setembro dá a maioria parlamentar ao partido do presidente Carlos Vila Nova, cujo fundador, Patrice Trovoada, regressa ao cargo de primeiro-ministro

27 de setembro de 2022

Artigo de Luca Bussotti

Tempo de leitura 4 minutos

Os sinais eram inequívocos: no dia 2 de outubro, a ADI (Ação Democrática Independente), principal partido da oposição de São Tomé e Príncipe, um pequeno país insular africano de pouco mais de 200 mil habitantes, havia vencido as eleições presidenciais, trazendo o seu. candidato, Carlos Vila Nova, ao mais alto cargo estadual.

Estabeleceu-se então uma convivência entre Vila Nova e o governo liderado por Jorge Bom Jesus, do Mlstp-Psd (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata). Uma convivência que, com os resultados eleitorais das eleições políticas de 25 de setembro, está destinada a terminar.

O vencedor das eleições do passado domingo foi mesmo o eterno protagonista da política de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, fundador da ADI e antigo primeiro-ministro de 2014 a 2018. Com resultados provisórios ainda não anunciados, já tinha sido declarado o vencedor por mais de metade dos 55 assentos parlamentares disponíveis.

Há muito que São Tomé e Príncipe adota um sistema semipresidencialista, em que o presidente da república é o chefe de Estado, eleito por sufrágio direto, e o primeiro-ministro é o chefe de governo, resultante do cargo que lhe foi conferido pelo Chefe de Estado após a urna ter sido respondida para eleger os deputados.

Uma missão que Trovoada espera receber de seu companheiro de festa, o presidente da república Vila Nova.

Nas últimas eleições, o ADI teria recebido cerca de 36.000 votos, o Mlstp-Psd cerca de 25.000, o movimento Basta – uma nova força política de expressão populista – cerca de 7.000, enquanto a aliança entre o Movimento dos Cidadãos Independentes e o Partido da Unidade Nacional chegaram a um consenso de cerca de 5 mil votos.

Esses seriam os partidos que formarão o novo parlamento – cujos assentos serão distribuídos oficialmente pelo Tribunal Constitucional – dos 11 que participaram da disputa eleitoral. Só depois deste passo saberemos se a ADI terá cadeiras suficientes para governar sozinha, ou se será obrigada a aliar-se a um dos grupos mais pequenos que entraram no parlamento.

O processo eleitoral foi relativamente calmo, demonstrando, mais uma vez, um bom nível de democracia entre os cidadãos de São Tomé e Príncipe. A abstenção foi de cerca de 34% dos 123.000 titulares, com a novidade do voto também para os residentes no estrangeiro (com uma afluência de nem 20% dos cerca de 14.000 titulares).

O único incidente a relatar durante o processo eleitoral foi o boicote aos moradores do bairro Hospitalar. Sem água por meses, eles organizaram uma manifestação bastante violenta, queimando pneus nas ruas do bairro e impedindo potenciais eleitores de ir às urnas.

Para além das eleições legislativas, os cidadãos deste pequeno arquipélago elegeram também o governo regional autónomo do Príncipe e os autarcas das várias vilas.

Se ainda não são conhecidos os resultados dos gabinetes administrativos, o resultado para o governo da ilha do Príncipe é bastante claro: Filipe Nascimento, jovem advogado formado em Portugal e candidato ao Umpp (União para a Mudança e Progresso do Príncipe) deverá foram confirmados por maioria qualificada do parlamento local.

Apesar da sua pequena dimensão, São Tomé e Príncipe é um país onde a pobreza tem um impacto significativo e onde a dependência da ajuda externa e do investimento continua a ser muito elevada.

O Banco Mundial aprovou em maio passado um empréstimo de 18 milhões de euros para combater as consequências da pandemia e dos desastres climáticos, enquanto a grande expectativa, especialmente dos investidores estrangeiros, é que as descobertas de petróleo, anunciadas desde 2001, se confirmem, mas que tenham ainda não trouxe melhorias significativas para as condições das populações locais.

A melhoria dos serviços e o combate à pobreza serão os principais desafios do novo governo de São Tomé e Príncipe.

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Beowulf Presleye

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