Países ibero-americanos que pretendem formar uma aliança para a transição energética. O desafio está lançado

(FERPRESS) – Roma, 27 de março – Os países da área ibero-americana devem unir forças para a transição energética. A afirmação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores de Portugal, Gomes Cravinho, em seu discurso na 28ª Cúpula Ibero-Americana em Santo Domingo.

“Devemos ser uma grande aliança para a transição energética, porque temos todas as condições para isso. As maiores reservas de lítio do mundo estão aqui na América Latina e as maiores reservas de lítio da Europa estão na Espanha e em Portugal”, garantiu o ministro.

Por outro lado, Espanha e Portugal acordaram com a França a construção de um gasoduto para o transporte de hidrogénio, “o que significa que este hidrogénio verde que aqui se pode produzir pode ser transportado por navio e depois distribuído por toda a Europa”, acrescentou.

António Costa lembrou ainda o cabo digital de alta qualidade entre a América Latina e a Europa, que é “uma grande oportunidade para desenvolvermos juntos toda a economia baseada em dados, baseada em inteligência artificial. E essa infraestrutura deve ser colocada a serviço do desenvolvimento de todos nós.

A comunidade ibero-americana também pode fazer a diferença na proteção dos oceanos e na utilização dos seus recursos, devendo “reforçar a cooperação no campo da educação, no campo da investigação científica, no campo da inovação tecnológica”.

O primeiro-ministro disse ainda ter “uma enorme expectativa” de que “os acordos comerciais da União Europeia que se arrastam há algum tempo, com o Chile, o México e sobretudo o Mercosul”, possam avançar sob a Presidência espanhola do Conselho da União Europeia União. no segundo semestre deste ano.

“O custo de não o fazer é muito superior ao custo de o fazer, por isso apelo a todos para que se comprometam com uma presidência espanhola de sucesso nesta dimensão”, disse.

António Costa anunciou que “Portugal tomou a iniciativa de criar um fundo, de cooperação entre a Cimeira Ibero-Americana e a CPLP, que já lançámos com um milhão de euros, de forma a reforçar a cooperação entre estas duas organizações”.

Congratulando-se com a “adesão, como observador, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa à comunidade ibero-americana”, disse tratar-se de “um passo muito importante, sobretudo mais do que a comunidade ibero-americana já era observadora no espaço da CPLP”.

“Devemos aproveitar as sinergias que este mundo ibero-americano pode estabelecer”, enfatizou.

O primeiro-ministro apelou ao reforço das instituições multilaterais, afirmando que “é muito importante apoiar o trabalho do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na campanha que lançou para fortalecer o sistema financeiro internacional”.

“É também fundamental reforçar a Organização Internacional para as Migrações” e o seu diretor-geral, António Vitorino (presente nesta cimeira), que Portugal quer reeleger para este cargo.

Os 22 países da área ibero-americana são Portugal, Espanha, Andorra, na Europa, e Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, México, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Cuba e República Dominicana nas Américas.

Na cimeira de Santo Domingo, cujo lema foi “Juntos por uma Ibero-América justa e sustentável”, estiveram representados 13 países ao mais alto nível de Chefes de Estado: Portugal, Espanha, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba , Honduras, Paraguai e Uruguai, além do país anfitrião, República Dominicana e Equador, que sediará a próxima cúpula. Também estiveram presentes os chefes dos governos português e espanhol.

A cimeira decorreu ainda na presença do Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell. Uma cúpula entre a União Européia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos está marcada para julho, em Bruxelas, sob a Presidência espanhola do Conselho da União Européia.

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Beowulf Presleye

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