América: o país de Amerigo – Relatório

Na corrida às riquezas reais ou hipotéticas do “Novo Mundo”, os italianos não foram menos do que os espanhóis e os portugueses formalizados nos seus desígnios de exploração pelo Tratado de Tordesilhas (1494) que sancionou a partilha do oceano com um meridiano localizado a oeste das ilhas de Cabo Verde.

A princípio, os acordos anteriores beneficiaram os espanhóis graças à arbitragem de Alexandre VI (Papa Bórgia, espanhol). Posteriormente foram reconhecidas grandes influências sobre os portugueses, incluindo o “Terra Santa Cruz” que mais tarde se tornou o Brasil (do nome de uma árvore, pau brasildo qual foi obtido um corante).

Os italianos tiveram que buscar o apoio de um desses países para viabilizar negócios. Américo Vespúcio após um período de trabalho realizado em parceria com Giannozzo Berardi, entre os financistas de Colombo, empreendeu viagens diretas embarcando com Afonso de Ojeda E Juan de la Cosa.

Além de uma grande paixão pela aventura, já acumulava experiência comercial e diplomática e ostentava uma grande capacidade cultural que lhe permitia produzir documentação adequada do que via nas suas viagens.

Esta primeira viagem (1497) levou-o às costas da Golfo de Maracaibo, onde as aldeias de palafitas sugeriam o nome de pequena Veneza para essas terras, Venezuela na verdade, que ainda é usado. A viagem seguinte (1501), agora com os portugueses, levou-o ao Brasil.

Desta experiência tirou a certeza de que o que descobrira era verdadeiramente um mundo novo, certeza essa que se sustentava em cartas, relatórios e mapas, que o tornaram famoso em toda a Europa.

Em 1507, o geógrafo alemão Martin Waldseemuller atribui, em um de seus tratados (Cosmographiae Introductio), o nome de América (Amerigo Land) para esta parte do mundo.

Essa atribuição parecia arbitrária para muitos, na verdade, relegou ao esquecimento o verdadeiro descobridor do novo mundo, Colombo.

Mas para além das longas polémicas, Vespúcio adquiriu ao longo destes anos tal autoridade, como especialista nestas rotas, que se tornou uma referência imprescindível para quem quis empreender uma viagem a estas novas terras, legitimando assim a atribuição do seu nome para esta parte do mundo.

Fabrice Fattori

Leigh Everille

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