SACE: o mapa de risco de 2023

A análise da SACE, referência para as necessidades financeiras e seguras das empresas italianas, destaca uma estabilidade geral da estrutura global de risco de créditoapesar das circunstâncias geopolíticas desfavoráveis. Os riscos políticos agravam-se num contexto global fortemente polarizado por elementos de natureza geopolítica, nomeadamente na componente de violência política. Os riscos climáticos estão piorando, os indicadores de transição energética estão melhorando.

A análise atribui a cada país, para cada indicador, um pontuação de 0 a 100 (0 risco mínimo, 100 risco máximo).

Risco de crédito

É o risco da contraparte estrangeira (soberana, bancária ou corporativa) não poder ou não querer honrar as obrigações decorrentes de um contrato comercial ou financeiro. Dos 194 países analisados, em 57 o nível de risco diminui72 países permanecem estáveis, enquanto em 65 aumenta.

As principais regiões avançadas mantêm um perfil de crédito inalterado com a Alemanha e a França (estável em 18 e 23, respectivamente). O perfil de Portugal e da Grécia está a melhorar (para 42 e 66, respetivamente). Com a entrada na União Monetária Europeia, a Croácia melhora a sua pontuação de crédito (reduz para 55).

No Oriente Médioos países produtores de matérias-primas energéticas beneficiaram da subida dos preços, com efeitos positivos nas finanças públicas, como a Arábia Saudita (32), os Emirados Árabes Unidos (36) e Omã (62).

Na África, as pontuações aumentaram em Gana (88), Etiópia (93) e Quênia (81). Apesar das exportações de energia, o Egito (83) vê sua pontuação piorar devido ao impacto da guerra no fornecimento de matérias-primas agrícolas, assim como a Nigéria (85) e a África do Sul (67). Na Tunísia (92) há um agravamento da situação econômica em todos os setores.

Na Europa emergente e ITUC o risco de crédito foi afetado pela forte escalada da crise russo-ucraniana. A Romênia (58) está lutando, sobrecarregada por importações de energia mais caras.

Na Turquia (84) as repetidas quedas das taxas de juros e a inflação acima de 80% provocaram uma perda de confiança dos investidores internacionais, resultando em um rebaixamento do rating por parte de todas as agências de rating.

Na ásia Graças à consolidação fiscal gradual e ao crescimento econômico robusto, a Índia (60) está entre os melhores desempenhos nos principais mercados globais. Vietnã (67), Taiwan (23), Malásia (35) e Indonésia (54) estão melhorando. Os riscos bancários e corporativos estão aumentando na Tailândia (60) e na China (50), caracterizados por um alto nível de dívida privada. A Coreia do Sul (21) e as Filipinas (50), beneficiando de importantes recursos públicos, souberam enfrentar os desafios colocados pela prolongada guerra na Ucrânia.

Na América Latina Brasil (55) e México (44) continuam com bom desempenho de crescimento. Mesmo a Argentina (81), apesar de um quadro político e econômico incerto, está vendo uma melhora na dinâmica de sua dívida.

Risco político

Os indicadores de risco político (guerra, agitação civil e violência política, expropriação, quebra de contrato, restrições à transferência e conversibilidade de moedas) mostram uma deterioração. Dos 194 países analisados, 35 melhorar71 são estáveis ​​e 88 piorar.

Na Europa emergente e na CEIo conflito aumentou o risco na Rússia, Bielorrússia (97 cada), Europa Oriental e região da CEI e contribuiu para exacerbar as tensões já presentes no Kosovo (71), Sérvia (50), na Moldávia (64), Bósnia (66), Azerbaijão (59) e Armênia (65).

Na África, vemos os efeitos da falta de matérias-primas e protestos sociais, como na Tunísia, Egito e Nigéria (onde as pontuações sobem para 76, 71 e 84, respectivamente). Nos últimos dois anos, vários países da África subsaariana testemunharam vários golpes de Estado – no Chade (81), Guiné (85), Mali (85) e Burkina Faso (77) – e confrontos contínuos entre governo e rebeldes na Etiópia ( 90), República Democrática do Congo (86) e Ruanda (52). A África do Sul também está se deteriorando (53). Melhor é a Argélia (61) que aumentou suas receitas em divisas após a redefinição do abastecimento mundial de energia.

eles melhoram Economias do Golfo, Emirados Árabes Unidos (21), Arábia Saudita (41) e Omã (44).

Na América Latina as desigualdades sociais e territoriais se fazem sentir: na Colômbia (50), no Brasil (50) com disputas eleitorais recentes e no Peru (47) abalado por episódios de violência política cada vez mais recorrentes e intensos.

De outra forma Na ásia o quadro permanece relativamente mais estável, mas as tensões persistentes e crescentes entre China (41) e Taiwan (20) não devem ser negligenciadas.

Transição energética e mudanças climáticas

Indicadores de transição energética mostram uma melhoria parcial impulsionada pelas energias renováveis. Europa, América Latina e Ásia, impulsionadas pela China, confirmam-se como as áreas com maior crescimento em energias renováveis. Os Estados Unidos e o Canadá também estão em andamento. O Brasil é um dos países mais virtuosos do mundo graças à substancial contribuição da hidroeletricidade e ao surgimento da energia solar.

Indicadores de risco climático apresentam um agravamento face ao último ano, embora com algumas diferenças do ponto de vista geográfico.

Ásia é a mais exposta ao risco de fenômenos naturais nocivos devido às temperaturas que aumentam duas vezes mais rápido que a média mundial. As áreas geográficas com maior índice de risco climático na região são Índia (94), Bangladesh (96), Paquistão (78) e Maldivas (83). Fenômenos extremos de seca afetaram a China (99) durante os meses de verão de 2022, prejudicando a produção agrícola e causando uma crise energética, com repercussões na produção industrial.

Também África Subsaariana relata um aumento notável nos indicadores de risco climático, com dinâmicas diferentes. As inundações atingiram a África do Sul (84), Nigéria (82), Burkina Faso (80), Camarões (38), Chade (83), Mali (77), Níger (97), deslocando 1,3 milhão de pessoas. Por outro lado, na Etiópia (86), Quênia (96), Somália (86) e Tanzânia (77), a seca persiste desde 2020 e as pontuações estão aumentando. A seca também é o principal fator de risco climático no Egito (32), Tunísia (32) e Marrocos (37), que relataram um aumento nas pontuações de escassez de água. Eventos climáticos extremos também comprometem a segurança energética, como na República Democrática do Congo (76), Etiópia, Uganda (69), Zâmbia (93) e Moçambique, que produzem mais de três quartos de sua energia a partir de hidroeletricidade.

Na América Latina o nível de risco não é particularmente alto. Honduras (84), Guatemala (81), Nicarágua (70), Costa Rica (67) e El Salvador (66) fazem parte de uma longa faixa territorial afetada por secas recorrentes e prolongadas, às vezes interrompidas por chuvas extremas. (Fonte: SACE)

Beowulf Presleye

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