Copa do Mundo do Qatar, 10.000 torcedores comemoram a vitória do Marrocos sobre Portugal no Corso Giulio Cesare

TURIM. Quanto tempo dura oito minutos de recuperação. Interminável, cansativo, com raiva. Sic Hiama Aboukhlah poderia ficar para a história do futebol ao marcar o segundo gol da vitória, mas falha, dominado por esse tremor nas pernas que o faz parecer desajeitado diante do goleiro português. Seu passo no meio do campo desencadeia a fúria, que de repente se transforma em decepção. “Nao! » Corso Giulio está lá, faltam apenas alguns segundos para o jogo: o trânsito está indiferente e caótico como sempre. Não por muito tempo. “Viva Marrocos, viva África”, exclamam na sala de apostas Eurobet. Na primeira fila estão os meninos marroquinos, atrás dos senegaleses, nigerianos, malianos. É uma alegria coletiva africana que anseia por explodir, como só acontece no futebol. Às 17h56, quando o apito do árbitro extinguiu o sofrimento das fatalidades da bola, o Turim virou Casablanca.

Milhares vão às ruas. No final, serão oito, dez mil pessoas. Os bondes ficam presos, os carros jogam blocos, as buzinas enlouquecem. Mehdi fica no meio das 4 plataformas e vai morar com sua família no Marrocos. “Somos os mais fortes”, ele grita. Crianças enroladas em bandeiras dançam no teto dos carros. As explosões dos fogos de artifício fazem tremer os tímpanos. Fogos de artifício iluminam o céu acima da cúpula da Igreja de Maria Regina della Pace. A fumaça vermelha e verde ilumina as fachadas das casas. Telemóveis por todo o lado: a estrada está repleta de mãos estendidas para filmar a alegria, a multidão, a vontade irreprimível de lá estar. Um brinde também.

Marrocos vence a semifinal da Copa do Mundo no Catar. E a festa explode nas ruas de Turim




Quem são os heróis? “Sofyan Amrabat, o melhor. Ele joga muito bem.” É o número 4, um pouco italiano, joga na Fiorentina. E depois há Hakim Ziyech, meio-campista número 7 do Chelsea. “Uma força é uma força.” Nos carros há seus elos colados no capô. E a cada passo seus nomes são gritados. Corso Giulio é o coração da festa. Policiais, carabinieri, guardas de trânsito monitoram a área, ao redor do perímetro da Barriera di Milano, onde o trânsito é intenso. Há quem tente chegar ao epicentro dos festejos, outros automobilistas que tudo fazem para escapar aos engarrafamentos.

“Estamos orgulhosos do time porque ele escreve a história do futebol em nosso país, na África e no mundo árabe”, disse Laila Enhari, Cônsul Geral do Reino de Marrocos em Turim. E acrescenta: “Como consulado, enviamos um comunicado a toda a comunidade convidando-os a respeitar a ordem pública e a não responder a provocações, como aconteceu, por exemplo, em Verona. Agradecemos a todas as autoridades locais porque a festa é de todos.”

Na esquina entre o corso Giulio e o corso Novara, surge um estande de gadgets. “Uma t-shirt 15 euros, um cachecol 10”. O negócio da felicidade sabe aproveitar todas as oportunidades.

Beowulf Presleye

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