Portugal está pronto para uma batalha judicial contra a indicação geográfica que concede à Espanha exclusividade na produção de Jamon Serrano: mas as críticas à nova disciplina de produção também vêm de dentro.
A criação de uma Indicação Geográfica Protegida (IGP) em todo o Espanha para a fabricação de presunto serranouma das especialidades locais mais populares, tem repercussão nacional e internacional, como o Portugal, que parece pronto para declarar guerra à vizinha Espanha sobre o assunto.
De acordo com fontes locais, de facto, os produtores portugueses já estão legalmente em pé de guerra e estudam estratégias para se oporem à apropriação do termo pela Espanha nos tribunais. Mais: parece que Portugal está pronto para usar o semestre da presidência da UE para chamar a atenção internacional para o assunto.
Mas as críticas ao novo IGP não vêm apenas de fora: o assunto é muito debatido até na própria Espanha, entre as diferentes regiões produtoras de presunto. A especificação da nova indicação elaborada pelo governo para tentar evitar a venda de produtos estrangeiros como se fossem espanhóis estabelece que “o processo produtivo do Jamon Serrano exige uma combinação única e exclusiva de um conjunto de fatores”, climáticos, de processamento e produto, “que são exclusivos da Espanha e que, combinados, obtêm a qualidade e as características organolépticas e morfológicas do produto, que lhe valeram a reputação em todo o mundo”.
No entanto, há quem a conteste, independentemente da exclusividade geográfica, também porque, por exemplo, carece de alguns pontos fundamentais de processamento, como temperos na serra ou em ambientes naturais.
“Não há dúvida de que a expectativa do consumidor da expressão ‘presunto serrano’, que também estaria vinculada ao selo IGP, será se deparar com um presunto produzido na serra e seco em ambiente natural, quando em realidade a Disciplina autorizará a certificação de presuntos não processados nas montanhas e secos por meio de dispositivos artificiais de controle da temperatura ambiente”, declara a esse respeito a Diputación de Granada, que se opõe a este IGP que – segundo ele – também prejudica o produção de presunto local de Trevélez.
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