Portugal quer desempenhar um papel central para ajudar a UE a compreender os desenvolvimentos no continente africano, nomeadamente no que diz respeito à paz, segurança e estabilidade. O ministro das Relações Exteriores, João Gomes Cravinho, disse à Lusa durante a cimeira da União Africana em Adis Abeda na quarta-feira.
Com o primeiro-ministro Antonio Costa, Gomes Cravinho representado Portugal na cimeira da União Africana na quarta-feira.
Portugal vai assumir “este papel fulcral”, que “é ajudar a União Europeia a compreender o que está a mudar no continente africano e a melhor forma de adaptar a sua abordagem de apoio à paz, segurança e estabilidade em África, que directamente” Bruxelas, disse Gomes Cravinho Lusa.
Não devemos “esquecer que os fluxos de refugiados e migrantes ilegais que chegam à União Europeia são, muitas vezes, resultado de situações de guerra, de violência, que os impedem de continuar a viver no seu país em África”, por isso “há um impacto directo interesse” pela segurança do continente, disse Gomes Cravinho.
“Vemos hoje que há uma certa urgência de europeus e africanos trabalharem juntos em várias questões, particularmente no campo da paz e segurança, no Golfo da Guiné, no Sahel, na República Centro-Africana, nas questões em que estamos muito envolvidos e também muito importantes aqui para a União Africana”, acrescentou o ministro. Hoje, a “arquitetura de segurança” africana é “muito frágil”, explicou Gomes Cravinho, que se encontrou com o Comissário para a Paz e Segurança da União Africana , Bankole Adeoye.
Relativamente ao conflito no leste da República Democrática do Congo, “onde estão envolvidos vários países africanos”, Gomes Cravinho defendeu que as partes “sentam-se aqui à mesa das negociações para encontrar soluções pacíficas para os problemas entre estes países, mas que também são internos em natureza”.
(Paulo Agostinho/Lusa.pt)
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