Em Portugal, as tensões institucionais persistem mas a possibilidade de eleições antecipadas parece de momento descartada. O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu não dissolver o Parlamento após os desentendimentos com o governo de António Costa, mas avisou que “estará mais atento à responsabilidade política do poder”. As palavras do Chefe de Estado chegaram num discurso à nação proferido na noite de quinta-feira, depois dos dias anteriores Sousa Rebelde manifestou o seu desacordo com a decisão de Costa de manter João Galamba como ministro das infra-estruturas, recusando a sua renúncia “pela necessária tranquilidade institucional”. Galamba havia sido acusado por um ex-colaborador, Frederico Pinheiro, exonerado pouco antes, por ocultar informações à comissão parlamentar responsável pela investigação da gestão da companhia aérea Tap. Em particular, o ministro terá acertado perguntas e respostas com o ex-director-geral da Tap, Christine Ourmieres-Widener preparar a sua comparência perante a Assembleia da República. “Não sei se tentou esconder informação”, disse Costa, garantindo que assumirá toda a responsabilidade se no futuro se provar que a decisão de manter Galamba não foi bom. “Analisei todos os aspectos deste caso e todas as fases, e em nenhuma delas identifico a responsabilidade do ministro”, acrescentou o chefe do Executivo.
Sousa Rebelde disse na mensagem à nação que, apesar das divergências com o primeiro-ministro, optou por “garantir a estabilidade nacional” e afastar cenários de regresso às urnas, alertando que estará “mais atento à la” responsabilidade política de quem está no poder”. “Um governador sabe que é responsável pelo que faz e deixa de fazer, e também pelo que faz ou deixa de fazer quem ele escolhe” “Não pode contar comigo para causar conflitos e adicionar problemas aos problemas que os portugueses já têm”, alertou o chefe de Estado. Sousa Rebelde. O Presidente da República português explicou que o “desacordo fundamental” com o primeiro-ministro não se prende com a conveniência de Galamba ou sua capacidade de cumprir seu papel, mas para algo “mais importante” como a responsabilidade, a confiança e a autoridade do ministro, do governo e do estado”.
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