A delimitação das fronteiras marítimas, a cooperação energética e de defesa, a partilha de posições comuns na Europa sobre os migrantes e o Pacto de Estabilidade foram os temas que estiveram no centro do encontro entre a Primeira-Ministra Giorgia Meloni e o Primeiro-Ministro maltês Robert Abela, que decorreu no dia Quinta-feira (15 de maio) em Roma.
A reunião ocorre após o acordo histórico alcançado em 9 de junho pelo Conselho de Ministros do Interior da UE sobre o novo pacto sobre migração e asilo, e segue-se à visita de Meloni à Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ao primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, na Tunísia .
“O primeiro-ministro Abela e eu muitas vezes nos vimos apoiando posições comuns em defesa de interesses nacionais mútuos, mas também da Europa”, disse Meloni durante a coletiva de imprensa conjunta que ocorreu após o encontro com o primeiro-ministro maltês. “Para muitos malteses, a Itália é uma segunda casa. Partilhamos não só a geografia mas também a história, a cultura e a língua”, disse por seu lado Abela, citando para além das razões “históricas”, também o interesse mútuo por vários temas: energia, defesa das fronteiras e política de desenvolvimento no Mediterrâneo “Queremos ter acordos de longo alcance nestes setores”, espera o primeiro-ministro maltês.
Em seu discurso, Meloni destacou o papel da Itália e de Malta para tornar o Mediterrâneo o centro energético da Europa. “Malta faz parte do nosso projeto de hub europeu. Trabalhamos e dialogamos juntos sobre infraestrutura energética entre nossos países. A cooperação reforçada entre Itália e Malta no setor de infraestrutura pode ser mais útil para todos, inclusive para a segurança energética europeia: gás, hidrogênio, são questões nas quais estamos trabalhando juntos”, disse Meloni.
A este respeito, Abela sublinhou que “o plano Mattei” lançado pelo chefe do governo italiano “está em linha com a nossa visão e pode ser um exemplo de colaboração entre o Norte de África e a União Europeia”, citando a reunião dos ministros da Energia da França, Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Chipre, Malta, Eslovênia e Croácia (o grupo EuroMed9) que se realizou no dia 18 de maio em Valletta, com foco no desenvolvimento do Mediterrâneo como um pólo de ‘energia verde.
O segundo tema abordado pelos dois chefes de governo durante o encontro foi o da migração. Meloni sublinhou que “Itália e Malta concordam que se torna difícil falar de movimentos migratórios secundários se o verdadeiro desafio não for enfrentado: os movimentos primários”. O primeiro-ministro acrescentou que trabalhou com o seu homólogo maltês “para mudar o paradigma da Comissão Europeia nos últimos anos”. Por seu lado, Abela sublinhou que a imigração representa “um grande desafio para Malta e Itália, mas também para toda a Europa”. Segundo o primeiro-ministro maltês, “o fardo deste fenómeno não deve recair sobre os nossos ombros como países limítrofes da UE”.
Por fim, a propósito da delimitação das fronteiras marítimas, os dois chefes de governo falaram em “avanços”, Meloni realçando a importância do dossier em cima da mesa há algum tempo entre os dois países. “A delimitação das fronteiras marítimas sempre foi um tema central de debate e nunca chegamos a um acordo, mas acredito que a cooperação pode trazer resultados tangíveis para nossos países”, disse Abela.
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