Como sempre, depois de uma derrota da Roma, o debate desenvolve-se entre aqueles que acreditam que Mourinho faz mais com o material humano que tem e aqueles que estão convencidos de que a Roma poderia fazer muito mais se desenvolvesse estratégias técnicas e tácticas diferentes. Sem querer acreditar em nenhuma das teorias, vamos apenas tentar responder a dez perguntas sobre a derrota em San Siro.
1) Qual estratégia Mourinho adotou no Milan e por quê?
Dadas as dificuldades objetivas ligadas à apresentação de um onze titular e de um plano alternativo sustentável, o treinador português desta vez também pediu à sua equipa que evitasse a loucura e esperasse pelo adversário, tentando explorar os pontos fracos descobertos com alguns reinícios no El Eixo Shaarawy. -Lukaku talvez aproveitando o apoio externo representado por Kristensen e Zalewski e o apoio interno em particular dos meio-campistas Cristante e Bove. O plano funcionou em parte e limitou-se aos primeiros 80 minutos da partida, em que o Inter quase sempre foi impedido de aproveitar ao conceder chutes fáceis. Mas muita coisa deu errado no gol e nas duas fases da partida. Veremos quais.
2) O treinador poderia ter feito escolhas de treinamento diferentes?
As possíveis alternativas à equipa enviada a campo em Milão diziam respeito a Karsdorp e à entre Belotti e Azmoun, que com uma escolha estratégica diferente poderia ter prejudicado a posição de El Shaarawy. Mas o holandês é penalizado por dores persistentes nos joelhos. E para o ataque, levando em conta também a forma, deixar de lado o homem que resolveu a partida contra o Monza e que foi o melhor em campo contra o Slavia teria sido uma escolha muito questionável. Além disso, as características do Faraó têm a capacidade de combinar de forma ideal uma manobra defensiva com uma reagressão imediata e nos chamados espaços livres poderia ter representado um perigo constante para o Inter. Mas isso não aconteceu.
3) Que tarefas teve Rui Patricio durante a fase de posse?
Julgando o jogo do ponto de vista estatístico, e limitando a avaliação apenas à primeira parte, a mais complicada do ponto de vista da gestão da bola, Mou pediu a Rui que limitasse a construção por baixo. Com efeito, das 12 bolas manipuladas na primeira parte, apenas três vezes o guarda-redes envolveu os seus defesas nos dribles, outras nove vezes preferiu passar para Lukaku (e apenas uma vez em nove a Roma manteve a posse).
4) Onde a Roma errou na gestão da bola?
Principalmente na qualidade do drible em alta velocidade. O objetivo de driblar por baixo contra uma equipe como o Inter deve ser envolver os pontas na área oposta à da bola o mais rápido possível, através de uma mudança de jogo longa ou de um padrão de jogo baixo. de jogo ao nível do solo: a Roma quase nunca encontrou estas soluções na primeira parte. E quando o fez (mudança de jogo de El Shaarawy para 45’12” para Kristensen e ataque em paridade numérica), então a escolha de gestão do anfitrião foi desastrosa (em particular, transmissão completamente fora de tempo para um companheiro de equipa de apoio, em vez de o lançamento da equipa adversária na direcção de Lukaku, que tinha aproveitado o tempo dos defesas centrais do Inter.) Demasiadas vezes, na rápida gestão da posse de bola, os jogadores da Roma cometeram erros no controlo da bola ou na extensão e direcção da transmissão. Só na primeira parte contamos 24 manejos de bola que terminaram mal por erros técnicos individuais. Podemos trabalhar para melhorar essa qualidade? Claro.
5) Onde é que a Roma errou na fase de não posse?
No lento encurtamento de posições para pressionar. Quando o Inter estava construindo, a equipe de Giallorossi raramente tinha forças para subir rapidamente no campo, diminuindo assim a distância entre os torcedores do Inter que esperavam pelo passe. E isso muitas vezes permitiu que os nerazzurri tivessem os espaços e momentos certos para produzir jogadas de alta qualidade, um princípio no qual os homens de Inzaghi foram treinados durante anos.
6) O objetivo era evitável?
Sim, existem dois culpados principais. Por sua vez, Kristensen não foi suficientemente pessimista na avaliação da defesa de Dimarco após um passe longo de Asslani. O dinamarquês não avaliou adequadamente a capacidade do adversário de fazer uma defesa posterior que lhe teria permitido avançar imediatamente para o centro. Ao esperar por ele meio metro antes, ele estava na verdade convidando-o a parar na área em vez de recuar. Entretanto, no meio, Llorente não correu em direcção à baliza com a intensidade certa e deixou Thuram assumir a melhor posição graças a um remate mais “convincente”. O erro de Ndicka foi marginal, pois só conseguiu igualar o do seu companheiro mais experiente.
7) Após o gol, as substituições foram corretas?
Para colmatar a desvantagem, Mou contentou-se em aumentar o potencial ofensivo da equipa, recorrendo a Aouar, Belotti e Azmoun. Uma escolha lógica e compreensível, mas desta vez não valeu a pena.
8) Mourinho jogará sempre assim com os grandes times?
Não. A escolha estratégica é sempre resultado das condições da equipe. Se um dia ele tivesse que enfrentar um grande time com seus melhores jogadores em boa forma, as escolhas estratégicas também seriam diferentes.
9) Teve razão em reclamar da atitude do árbitro e do calendário da Liga que “obrigou” a Roma a jogar no domingo e não na segunda-feira?
Não, porque Maresca, apesar de ser um árbitro com várias limitações, não teve impacto direto no resultado mesmo com a sua gestão casual dos cartões (por exemplo, Paredes arriscou muito, já tendo sido avisado durante uma intervenção em Thuram). E por questões relacionadas aos direitos televisivos, os clubes sabem muito bem que um jogo como o Inter-Roma nunca será marcado para a noite de segunda-feira. As emissoras que ganham muito dinheiro querem ser reembolsadas pelo seu investimento. E a noite de domingo “paga” mais em termos comerciais.
10) O grupo está convencido e unido em torno de Mourinho?
Todos os elementos que conhecemos apontam numa direção: não há um único jogador que não esteja perfeitamente alinhado com a direção do treinador português. Esse não é o problema.
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