por Alfredo Venturini
Israel aumentou o nível do seu ataque a Gaza. O conflito está a intensificar-se e é cada vez mais provável que se alastre à região. A entrada de tropas numa área com a maior densidade populacional do mundo significa um massacre de civis sem precedentes. Dos mais de 8.300 palestinos mortos em Gaza, 3.400 são crianças e mais de 6.300 estão feridos.
Está a aumentar a pressão por parte dos familiares dos 230 reféns (muitos dos quais têm dupla nacionalidade) sobre os governos de todo o mundo para agirem no sentido de garantir a sua libertação, mesmo ao custo da libertação de todos os prisioneiros palestinianos; O Hamas estaria pronto para libertá-los em troca. para sete mil palestinos.
A morte e o sofrimento de civis inocentes radicalizam o conflito, aumentando o apoio internacional aos palestinianos. Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas das principais cidades europeias para pedir um cessar-fogo. Erdogan, falando no comício em Istambul, acusou “aqueles que derramam lágrimas de crocodilo pelos civis mortos na guerra entre a Ucrânia e a Rússia estão a assistir silenciosamente à morte de milhares de crianças inocentes em Gaza, um massacre feroz”.
A Assembleia Geral das Nações Unidas votou a favor de uma proposta de trégua humanitária na Faixa de Gaza. A moção, apresentada pela Jordânia, apoiada pela Rússia, China, Brasil e uma grande parte dos países de maioria muçulmana, causou uma divisão na frente euro-atlântica, tendo a França, a Irlanda, a Espanha e Portugal votado a favor da trégua e da abstenção da Alemanha, do Reino Unido e da Itália.
Para regressar à negociação, para escapar à dor que prendeu Israelitas e Palestinianos num conflito perpétuo, precisamos de diplomacia, mas acima de tudo de política. Reconhecer o Estado da Palestina com a mesma determinação com que o Estado de Israel foi reconhecido deve ser o mantra daqueles que não aderem a uma das duas versões expressas como verdades extremas e contraditórias.
Uma coligação de pessoas dispostas deve desarmar o Hamas e remover o controlo da Faixa de Gaza, que deve ser reconstruída.
Como sempre acontece, quando surge um conflito, facções extremadas assumem o controle da narrativa, alegando preservar uma única verdade. O horrível massacre perpetrado pelo Hamas e a crise humanitária causada pelo cerco israelita fazem parte da mesma tragédia. As crianças mortas por alguns não são mais crianças do que as crianças mortas de outros.
Não faz sentido falar de outra coisa senão parar a guerra.
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