Depois da demissão anunciada ontem pelo Primeiro-Ministro português, António Costao destino político do país português está nas mãos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que hoje reuniu todos os partidos parlamentares. O chefe de Estado deverá comunicar a sua decisão oficial amanhã, após uma reunião do Conselho de Estado. Segundo vários jornais portugueses, o chefe de Estado parece inclinado a convocar eleições antecipadas no final de fevereiro, mas só aceitará a demissão de Costa após a aprovação do orçamento prevista para o final de novembro. Segundo a imprensa portuguesa, citando fontes próximas do Presidente, este cenário permitiria ao país aprovar as contas públicas, evitando assim o exercício provisório, e ao Partido Socialista identificar um novo líder. Costa está a ser alvo de uma investigação, em colaboração com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, relativamente às concessões, ocorridas em 2019, de vários projetos de produção de hidrogénio e lítio. exploração. Os investigadores suspeitam que tenham favorecido o consórcio formado pela EDP, Galp e Ren. Um comunicado do Ministério Público de Lisboa indica que “estão em causa factos que poderão constituir crimes de peculato, corrupção ativa e passiva de responsável político e tráfico de influência”.
Rebelo de Sousa tinha indicado claramente, logo que o governo Costa tomou posse, que em caso de demissão do primeiro-ministro, o caminho a seguir seria o do voto antecipado. Alternativamente, a Constituição prevê que o chefe de Estado possa nomear um novo Primeiro-Ministro com o apoio da actual maioria parlamentar, optando por uma solução semelhante adoptada em 2004 pelo Presidente Jorge Sampaio, quando José Barroso deixou o governo para aceitar a presidência do Comissão Europeia. Segundo algumas fontes políticas consultadas pelo jornal “Jornal Económico”, entre os substitutos estaria o Ministro das Finanças, Fernanda Medina ou o Ministro da Presidência, Mariana Vieira da Silva ou outra personalidade notável. Qualquer que seja a decisão do Presidente da República, o atual governo está no limite, pois, segundo o artigo 195.º da Constituição, a demissão do Primeiro-Ministro conduz à queda de todo o executivo. Costa, com o objectivo de manter intacta a sua maioria, segundo noticia o jornal “Expresso”, propôs – sem sucesso – quatro nomes ao Presidente Rebelo para evitar o cenário de eleições antecipadas.
No caso de formação de um governo interino, o artigo 186.º da Constituição especifica que o executivo limitar-se-á “ao exercício dos actos estritamente necessários à garantia da gestão da coisa pública”. Por isso, não conseguiu concluir a aprovação da lei orçamental para 2024, que ainda está em debate na Assembleia da República, o Parlamento de Lisboa. A demissão do Primeiro-Ministro implica que todos os projetos de lei já debatidos no Parlamento mas ainda não aprovados serão nulos e sem efeito. Medidas como a redução do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares e a actualização dos escalões fiscais de acordo com a taxa de inflação estão, portanto, em risco. Por esta razão, não podemos excluir que Rebelo de Sousa decida formalizar a demissão de Costa apenas após a aprovação da instituição financeira. Esta posição é, por exemplo, a comunicada hoje pelo partido Pessoas-Animais-Natureza (Pan) ao Chefe de Estado durante as consultas. A deputada Inês Sousa Real pediu que seja qual for a sua decisão, dê “prioridade” ao orçamento, lembrando que estão ameaçadas medidas como a melhoria dos abonos de família, o apoio social e o apoio às vítimas de violência doméstica. Outra razão apresentada pelo PAN para favorecer a solução de dissolver o Parlamento apenas após a aprovação final das contas públicas está ligada à implementação de fundos comunitários do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência. (Pnrr). “Seria inaceitável que todas as forças políticas não colocassem este aspecto à frente dos interesses do seu partido”, reiterou Sousa Real.
O Partido Comunista, porém, manifestou-se a favor de eleições antecipadas “como única saída para a crise”. (PCP) e o Bloco de Esquerda (Bi). Enquanto o líder do partido soberano português Chega, André Ventura, disse estar aberto à possibilidade de o governo Costa permanecer no cargo até que a lei orçamental seja aprovada, mas reiterou que seria então necessário dissolver o Parlamento e convocar uma nova eleição. “Aceitamos qualquer solução que nos garanta ter instrumentos orçamentais para começar o ano e, por outro lado, que seja suficientemente rápida para não deixar o país numa situação de impasse político e de conflito político, o que não seria o caso. não interessa a ninguém”, sublinhou após consultas com o Presidente da República. Também líder do Partido Social Democrata (PSD)a principal força da oposição, Luis Montenegro, disse ontem que apenas “eleições antecipadas” seriam possíveis para o país.
A demissão de Costaque sugeriu que queria abandonar por enquanto a política activa, terá também consequências importantes no seio do Partido Socialista Português. (Ps) que será chamado a identificar um novo secretário-geral. Entre os nomes em disputa destaca-se o do ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. No entanto, segundo o “Expresso”, José Luís Carneiro, atual ministro da Administração Interna, também tem recebido o apoio de vários representantes do PS e por isso não se pode excluir que apresente a sua candidatura à liderança do partido.
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