O povo português irá às urnas no domingo para decidir quem vai liderar o país nos próximos anos, em eleições antecipadas convocadas depois de o governo ter sido atingido por um escândalo de corrupção em Novembro passado. Um escândalo que pesou muito sobre os socialistas do primeiro-ministro cessante, António Costa, forasteiros nas sondagens e que lutam pela permanência no poder.
Eleições antecipadas
O primeiro-ministro socialista, António Costa, demitiu-se em novembro passado, após uma investigação judicial sobre alegações de corrupção envolvendo um membro do seu governo. O seu partido socialista venceu as eleições de janeiro de 2022 com uma maioria de mais de 41% dos votos. Mas depois do escândalo, segundo as sondagens, o partido de centro-esquerda, agora liderado por Pedro Nuno Santos, sofreu perdas de mais de dez pontos percentuais, o suficiente para ficar atrás do seu rival de centro-direita, a Aliança Democrática (Ad). por Luís Montenegro. A diferença entre os dois partidos é de seis pontos percentuais.
“Estas eleições são muito importantes, porque podem marcar um ponto de viragem para uma certa convergência de Portugal com o panorama político dos partidos na Europa”, observou a cientista política Marina Costa Lobo, diretora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa ( Iscsp), em declarações à agência noticiosa francesa AFP. Esta tendência é caracterizada por “um declínio da social-democracia, um fortalecimento da direita e, sobretudo, um fortalecimento da extrema direita impondo as suas condições à direita moderada para a formação do governo”, acrescentou.
Porcentagens de votação e cenários possíveis
As sondagens de Rádio Renascentista dão à Aliança Democrática de centro-direita 32,6% contra 27,9% do Partido Socialista. O partido de extrema-direita Chega, de André Ventura, obteve 16,8%, afirmando-se como a terceira força política no país e duplicando o resultado das últimas eleições, enquanto o neopartido Iniciativa Liberal (Il) de Rui Rocha, com partido liberal cargos, poderia obter 5,4% dos votos. Se estes números fossem confirmados nas urnas, nem o Partido Socialista nem a Aliança Democrática conseguiriam obter a maioria absoluta necessária para formar um governo por conta própria.
Especificamente, relata a Reuters, o Popular Montenegro já disse que se não conseguir formar uma coligação, concentrar-se-á num governo minoritário, talvez com o apoio da Iniciativa Liberal centro-centro (LI). Se a AD e a IL obtivessem 116 assentos no total, poderiam contar com um governo estável baseado numa coligação formal ou no apoio parlamentar da IL mais pequena.
Com estas previsões, para obter uma maioria governamental segura, o CEO precisaria de se aliar não só à Iniciativa Liberal mas também à extrema-direita do Chega. Mas Montenegro e Rocha já descartaram a possibilidade de um acordo com o grupo soberanista que apoia a pena de morte, a castração química em caso de reincidência de crimes sexuais e a tolerância zero em relação à imigração ilegal. Perante tudo isto, os cenários que se seguem às eleições de domingo permanecem imprevisíveis. Para complicar, grande parte dos eleitores ainda está indecisa, cerca de 16%.
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