Há alguns anos, falamos sobre o Dia da Igualdade Salarial, o dia em que as mulheres simbolicamente começam a trabalhar sem receber mais, dada a diferença de salário com os colegas. É um dia ‘rolante’, muda todos os anos, assim como as disparidades salariais entre homens e mulheres e também foi reconhecido pela União Europeia por aumentar a conscientização sobre o assunto. Agora, há quem defenda que também deve ser introduzido o Dia da Igualdade do Trabalho Doméstico, o dia em que as mulheres devem parar de limpar para compensar a diferença de gênero no trabalho de cuidado, simbolicamente ou não.
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“Não é que os homens não tenham tempo para cozinhar ou limpar”, escreve a jornalista Sarah Green Carmichael em Bloomberg“O homem médio tem cerca de 40 minutos a mais de tempo de lazer por dia do que a mulher média. Entre os pais casados que trabalham em período integral – onde o tempo de descanso é curto e o intervalo entre as tarefas domésticas é reduzido para cerca de 30 minutos – os maridos levam ainda mais tempo livre do que suas esposas: 44 minutos a mais todos os dias.” Na Itália, a situação é ainda mais desanimadora: segundo o relatório Trabalho de cuidado e empregos de cuidado para o futuro do trabalho decente A OIT apoia 74% do trabalho de cuidado não remunerado. Especificamente, as mulheres italianas 5 horas e 5 minutos de assistência e cuidados não remunerados por dia, enquanto os homens têm apenas uma hora e 48 minutos. Esta é uma lacuna significativa que coloca a Itália em quinto lugar no continente europeu (depois da Albânia, Armênia, Portugal e Turquia), enquanto em vários países vizinhos a parcela do trabalho de cuidado realizado por mulheres é inferior em mais de 10 pontos percentuais (França 61 % e Alemanha 62%).
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Sabemos que com a pandemia as coisas pioraram, mas seria necessário ter dados mais atualizados, já que o relatório da OIT é de 2020 e muitas dinâmicas mudaram. É precisamente por isso que a introdução do Dia da Igualdade no Trabalho Doméstico seria importante: serviria para evidenciar um problema que muitas vezes, ainda hoje, permanece invisível com consequências para a carreira das mulheres, mas também para a sua qualidade de vida. O que aconteceria se todas as mulheres de repente parassem de fazer as tarefas domésticas, de cuidar da casa, das crianças e dos idosos? Nos Estados Unidos, como aponta Bloomberg, esse dia deveria ter sido 29 de agosto, na Itália, com base nas estatísticas disponíveis, 9 de maio. Isso significa que podemos parar de nos importar agora, ou, mais provavelmente, continuar a falar sobre o problema, ainda mais conscientes do impacto concreto que ele tem.
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