A gama Palm – Limes

Carta de Laura Canali – 2023


Editorial da edição do Limes de 23/08, África contra o Ocidente.

Publicado em: ÁFRICA CONTRA O OESTE – n°8 – 2023

1. Nãoo Os europeus desprezam a África. Se olharmos para isso. Não só porque o cânone cartográfico coloca a África sob a Europa. É porque afirmamos ser superiores aos africanos em todos os sentidos. Uma verdade que não merece explicação. Postulado que pode, na melhor das hipóteses, ser transformado em exotismo – aqui estão os leões – na pior das hipóteses, na exploração bestial de pessoas e recursos, quase como se fossem africanos coisas disponível. Complexo de superioridade estruturado em torno do essencialismo mais desenfreado: estamos na história, você nunca esteve lá; nós, os ricos avançados, vocês, os pobres atrasados; nós as nações, vocês as tribos. Resumindo: nós, brancos, vocês, negros. Um racismo instintivo, tão imediato e espontâneo que é difícil percebê-lo como tal. Exacerbado pelo politicamente correto que gostaria de disfarçá-lo e ao mesmo tempo perpetuar a sensação de estar velado.


Nada a fazer: “O negro não é homem, o negro é negro” 1. Assim, Frantz Fanon, um gênio da Martinica, deplorou há setenta anos a neurose do negro diante do olhar branco do colono que o fez prisioneiro. Ele, portanto, aspirava à “lactificação”. Ele teria gostado de se embranquecer, de cobrir a pele negra com uma máscara branca. Fanon aspirava libertar o homem negro de si mesmo.

Publicado em: ÁFRICA CONTRA O OESTE – n°8 – 2023

Leigh Everille

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