Os Estados membros da NATO decidiram incluir nas conclusões da cimeira da Lituânia uma proposta de Portugal que apela a uma maior atenção ao flanco sul, em particular a África. O primeiro-ministro português, António Costa, anunciou esta terça-feira.
“É uma cimeira que começa com três boas notícias, em primeiro lugar o facto de terem sido removidas as barreiras à entrada na Suécia”, afirmou. Lado aos jornalistas minutos antes da cúpula da OTAN em Vilnius.
“Em segundo lugar, porque o comunicado final aceitou a proposta de Portugal de dedicar uma atenção significativa a todo o flanco sul”, acrescentou Costa.
A última “boa notícia” foi “a unidade de todos para apoiar a Ucrânia em sua luta para defender o direito internacional”, acrescentou.
A introdução desta proposta permitiria aos 31 países que integram a NATO avaliar “ameaças e oportunidades de parceria” no flanco sul, nomeadamente com o Médio Oriente, o Sahel e o Norte de África, demonstrando que “estão conscientes da necessidade de desenvolver outras parcerias e estabelecer outras oportunidades de cooperação”.
“Foi algo que estava próximo de nossos corações”, continuou ele. “Forçamos muito esse ponto e agora ele está incluído na declaração final.”
O objetivo, acrescentou, é que a OTAN reflita sobre o tema e apresente diretrizes na cúpula do ano que vem em Washington.
Há vários anos que Portugal e os outros 30 Estados membros da NATO insistem na necessidade de a Aliança se voltar para o seu flanco sul, ou seja, para África, numa altura em que as atenções se deslocam para o flanco oriental devido à invasão russa da Ucrânia.
Quanto ao apoio à Ucrânia, dúvidas permaneceram na terça-feira sobre o idioma que os Estados membros usariam para insistir em apoio inequívoco ao governo de Kiev e à eventual adesão da Ucrânia à OTAN, sem se comprometer com um calendário.
Costa disse ainda que os aliados já haviam acertado a linguagem a ser usada no comunicado e que “a versão final será distribuída muito em breve”.
Antes de suas declarações aos repórteres, Costa se reuniu bilateralmente com o presidente sul-coreano Yon Suk-yeol, mas foi acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores de Portugal, João Gomes Cravinho, e pela ministra da Defesa, Helena Carreiras.
(André Campos Ferrão e Ana Raquel Lopes, Lusa.pt)
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