INTRODUÇÃO
25 de abril em nosso país é um feriado nacional, chamado de Dia da Libertação porque celebra a libertação da Itália do nazi-fascismo.
25 de abril também é feriado nacional em Portugal, chamado Dia da Liberdade (Dia de la Libertade(Movimento de volta Capitaes).
Vamos ver como os fatos se desenrolaram, com uma breve introdução.
Em Portugal, em 28 de maio de 1926, houve um golpe militar, liderado pelo general Carmona, que em 1928 nomeou Antonio de Oliveira Salazar Ministro das Finanças com amplos poderes, que se tornou chefe de governo em 1932 e no ano seguinte promulgou uma nova Constituição . , que lhe confiou plenos poderes, superiores aos do Presidente da República, baseados nos princípios do fascismo italiano (Mussolini era chefe de governo desde outubro de 1922) e do corporativismo econômico, sobre os quais se fundava o novo Estado (Estado Novo), liderada por um único partido, a União Nacional, liderada por Salazar. Assim começa o regime de Salazar, que se mantém no poder graças à dura repressão da dissidência política, que é silenciada pela notória polícia política PIDE (Policia Internacional e Defesa do Estado).
Durante a Segunda Guerra Mundial, Portugal manteve-se neutro, tal como a Espanha, e em 1949 foi um dos países fundadores da NATO.
Nos anos sessenta, desenvolveu-se o processo de descolonização, que provocou um longo e sangrento conflito com os movimentos de independência nascidos nas colónias portuguesas de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde, apoiados, militar e financeiramente, tanto pela URSS. e pelos Estados Unidos (as mais altas potências da época) na tentativa de atrair esses países, uma vez independentes, para a sua “respectiva esfera de influência”. Mais tarde, porém, os Estados Unidos retiraram o seu apoio aos movimentos de independência porque Portugal ameaçou sair da OTAN.
Em 1968, Salazar sofreu um grave acidente doméstico na sua residência de verão e deixou de poder exercer atividade política (faleceu em 1970). Assim torna-se chefe de governo Marcelo Caetano, que dá continuidade à política salazariana. A única reforma tímida é a abolição da PIDE, que passa a Direcção Geral de Segurança – DGS, mas a repressão ao protesto político continua.
Devido à situação econômica cada vez mais difícil causada pela guerra nas colônias, o descontentamento popular cresceu, mesmo dentro do exército. Assim, vários suboficiais, a maioria com a patente de Capitão, contrários à política colonial, fundaram o Movimento dos Capitães, que em 1973 se tornou o Movimento das Forças Armadas-MFA (Movimento das Armadas Forzas), com o objetivo de derrubar o novo Estado de Salazar, instaurar a democracia (com eleições livres e a abolição da polícia política), promover o desenvolvimento económico do país e conceder a independência às colónias.
Em dezembro de 1973, o general conservador Kaulza de Arriaga, ex-comandante militar em Moçambique, encenou um golpe militar, que falhou, no entanto.
Em fevereiro de 1974, o presidente de Portugal, almirante Américo Tomas, demitiu o general Antonio de Spinola, comandante militar na Guiné-Bissau, por sua profunda dissidência sobre a política colonial. Esse fato acelerou a discussão dentro do Movimento das Forças Armadas, liderado por Vitor Alves e Otelo Saraiva de Carvalho, que em 5 de março de 1974 organizou uma reunião clandestina em Cascais para discutir o programa político, que foi aprovado em 21 de abril.
Em 14 de março, os generais Francisco da Costa Gomes e Antonio de Spinola (respectivamente chefe e vice-chefe do Estado-Maior) foram demitidos por não terem participado de uma manifestação de apoio ao governo.
A 16 de março, o 5º Regimento de Infantaria, aderente ao Movimento das Forças Armadas, amotina-se e desloca-se para Lisboa, mas o golpe falha e cerca de 200 militares são detidos.
O CURSO DE 25 DE ABRIL DE 1974
Em 24 de março de 1974, a Coordenação do Movimento das Forças Armadas reuniu-se clandestinamente e decidiu realizar um novo golpe de Estado até abril, cuja organização ficou a cargo de Otelo Saraiva de Carvalho que, em 23 de abril, anunciou que o golpe de estado será lá no dia 25 e que teria sido dirigido do quartel do 1º Regimento de Engenheiros na Pontinha.
Enquanto isso, lideranças do Movimento das Forças Armadas fecham acordo com Carlos Albino, que dirige o programa de música Limite do Rádio Renascença transmitir a canção dos trabalhadores como um sinal para o início do golpe Grândola vila morena, escrito por José Alfonso, cuja audição é proibida, mesmo que o disco esteja à venda livre e seja comprado por Albino em 24 de abril.
Às 0h20 do dia 25 de abril a música é transmitida pela Rádio. As unidades militares que aderiram ao golpe saem do quartel e avançam em direção aos objetivos que lhes são atribuídos. Por volta das 3 da manhã, o exército assume o controle da televisão e rádio estatais Clube Portugal E enviado nacional. Uma hora depois, o aeroporto de Lisboa está cheio. Por volta das 5h45, a unidade blindada do capitão Salgueiro Maia ocupou com tanques o bairro do Terreiro do Paço, onde ficavam os ministérios mais importantes. Pouco depois, chega uma unidade liderada por um oficial leal, mas os soldados se solidarizam com os “rebeldes”.
Por volta das 09h00, a fragata Gago Coutinho, que participa num exercício com outros navios de países da NATO, recebe a ordem de disparar contra as unidades que sitiam os gabinetes ministeriais, mas os oficiais recusam-se a obedecer. Logo depois, um grande departamento chegou ao distrito do Terreiro do Paço, liderado pelo general leal Junqueira dos Reis, cujas ordens de intervenção foram ignoradas por oficiais e soldados.
O chefe de governo Marcelo Caetano refugia-se no comando geral da Guarda Nacional Republicana (Assistir Nacional Republicana) que é cercado por tropas blindadas.
Às 11h45, o Movimento das Forças Armadas anuncia na televisão e no rádio que assumiu o controle do país. No entanto, eles convidam os cidadãos a ficarem em casa. Em vez disso, muitos vão às ruas e simpatizam com os militares.
Por volta das 18h, o general António de Spinola, nomeado pelo Movimento das Forças Armadas-MFA para negociar a rendição com Caetano, juntou-se a ele e às 19h30 o chefe do governo rendeu-se e foi conduzido ao comando do MFA no quartel do 1º regimento . Engenharia na Pontinha.
As últimas forças leais são os agentes da Direction Générale de la Sécurité – DGS (a polícia política que sucedeu à PIDE), que permanecem entrincheirados no seu comando, diante dos quais se aglomerou uma grande multidão, contra quem disparam, matando 4 pessoas e ferindo 45. Mais tarde, por volta das 22h, desistem, assim como os agentes da DGS que se encontram na prisão de Caxias.
Às 23h20, o general Spinola assina a Lei nº 1, intitulada Demissão de líderes fascistas, que ordena a destituição do Presidente e do Primeiro-Ministro, a dissolução da Assembleia Nacional e do Conselho de Estado e a transferência dos poderes de governo para a Junta de Salvação Nacional, composta por dirigentes do Movimento das Forças Armadas. Em seguida, publica os decretos n. 170, não. 171 e n. 172 que organizam a exoneração dos governadores das províncias, a dissolução do Partido Nacional de Acção Popular Única, a Direcção Geral de Segurança – DGS, a Legião Portuguesa e outras associações do regime salazarista.
No dia 26 de abril foram libertados os presos políticos detidos nas prisões da DGS de Caixas e Peniche. Nos dias que se seguiram, os dirigentes políticos exilados no estrangeiro regressaram a Portugal.
O Dia do Trabalho é comemorado em todo o país em 1º de maio. Um milhão de pessoas participam na manifestação que se realiza em Lisboa.
Os portugueses, após mais de 45 anos de ditadura, reconquistaram a liberdade, graças a uma revolução sem derramamento de sangue, que ficou para a história como a Revolução dos Cravos (Revolução dos Cravos) porque a florista Celeste Caeiro ofereceu aos soldados cravos vermelhos numa praça de Lisboa. que então os enfiou nos canos de suas armas.
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