A saúde do Papa – La Stampa


CIDADE DO VATICANO. “Inflamação pulmonar associada a dificuldades respiratórias”. Sem febre e o exame descartou pneumonia. As condições do Papa são “estacionárias”, comunica a Santa Sé. O sintoma mais óbvio é uma voz cansada. Ontem de manhã, um dia após o cancelamento da viagem a Dubai por conselho dos médicos, Francisco realizou a audiência geral no Vaticano, mas novamente decidiu não ler a catequese e confiar a tarefa a um dos seus colaboradores. “Ainda não estou bem, com essa censura” – “gripe” em espanhol – e “minha voz não está boa”. Depois apela à paz no Médio Oriente e na Ucrânia. Cena semelhante durante o encontro com o time de futebol Celtic Glasgow: “Desculpe, com esse resfriado não posso falar muito, mas me sinto melhor do que ontem”. Ele volta a falar para uma piada final: “Você tem um “leite” especial em casa… Um pouco, ok! “, brinca, referindo-se ao uísque. Não perdeu o bom humor, nem a capacidade de surpreender: percorre a Praça de São Pedro num Fiat 500L. Continua o tratamento antibiótico, reforçado, ao que parece, pela toma de cortisona, enquanto um pneumologista o acompanha 24 horas por dia na Casa Santa Marta. Algumas pessoas próximas a ele foram contratadas para ajudá-lo nos compromissos agendados. O secretário de Estado Pietro Parolin tranquiliza: “Ele está se recuperando”. E explica que o Papa não viajará aos Emirados Árabes Unidos para a Cop28 porque “não quis expor-se a riscos, segundo as instruções dos médicos. Acredito que a escolha foi feita para evitar o agravamento e para recuperar o mais rápido possível.” Francisco está “logicamente um pouco mais frágil do que antes devido à soma dos males acumulados ao longo de quase 87 anos”, comenta um alto prelado, acrescentando, no entanto, que “o Santo Padre tem uma tenacidade extraordinária. Não esqueçamos que depois da operação a que foi submetido em junho, fez viagens a Portugal, Mongólia e Marselha”.

Há cinco meses foi internado na Policlínica Gemelli para uma “laparotomia e cirurgia plástica da parede abdominal com prótese”, em termos médicos, uma laparocele encarcerada, essencialmente uma hérnia no abdômen, com aderências que causavam fortes dores: era o Esta é a terceira vez que Francesco é internado no hospital romano. A anterior, no dia 29 de março, por “pneumonia”, como o próprio revelou. Também durante o verão de 2021, ele foi levado ao Gemelli por estenose diverticular sintomática do cólon. Portanto, são cinco operações cirúrgicas realizadas por Bergoglio. Um quando ele era pequeno. Uma em 1957: a retirada de um pedaço de pulmão, que foi bem-sucedida, sem consequências. Um terceiro quando era sacerdote na Argentina. E dois como Bispo de Roma: a remoção de uma secção do intestino em julho de 2021 e aquela em junho de 2023. A ciática o incomoda há décadas. Em 2019, ele foi submetido a uma pequena cirurgia de catarata. E já há algum tempo que sofre de dores nos joelhos, dores nos joelhos que às vezes o obrigam a usar cadeira de rodas ou a andar com bengala. E o fantasma da resignação paira sobre cada tosse de Francisco. Bergoglio já informou que assinou em branco e apresentou a sua renúncia ao pontificado, em caso de impedimentos graves e permanentes ligados à sua saúde. Mas também disse ao Padre Antonio Spadaro que considerava “o ministério do Papa ad vitam”.




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