A Comissão Europeia prometeu acelerar a aprovação da reprogramação do Plano Estratégico Nacional português para a implementação da Política Agrícola Comum (PAC), disse a Confederação dos Agricultores de Portugal, que se reuniu quarta-feira com o comissário da agricultura da UE, Janusz Wojciechowski. A bola está agora no campo do governo.
“O Comissário Europeu respondeu à nossa proposta de acelerar a aprovação da reprogramação do PEPAC [Piano strategico di politica agricola comune] e prometeu maior velocidade, mas agora a bola está do lado do governo”, disse ele. Luísa Álvaro Mendonça e Moura, presidente da confederação.
Como observaram Mendonça e Moura, este é um “ato de gestão” que pode ser adotado pelo governo ainda no poder e, portanto, requer uma “reprogramação corajosa”.
A Confederação dos Agricultores Portugueses reuniu-se na passada quarta-feira com Wojciechowski em Bruxelas. Também estão na agenda pagamentos orgânicos e programas de produção integrada.
Entretanto, o Ministério da Agricultura e Alimentação disse à Lusa que concluiu as negociações com a Comissão Europeia e que os pagamentos começariam este mês.
“O Ministério da Agricultura e Alimentação já concluiu negociações com a Comissão Europeia e alcançou um resultado positivo que permitirá a realização de pagamentos aos agricultores ao abrigo dos regimes ecológicos. [agricoltura biologica e produzione integrata] a partir deste mês”, diz uma nota enviada para Luísa.
Do lado de Bruxelas, segundo a PAC, houve o compromisso de autorizar os pagamentos “muito rapidamente”.
No entanto, “devem ser concluídos alguns procedimentos administrativos e a bola voltou ao tribunal do governo, que tem a competência e a obrigação” de resolver estes problemas.
Durante a reunião com o Comissário Europeu da Agricultura, a Confederação apresentou também o pedido para acabar com a obrigação de rotação de culturas.
“O comissário disse que não só concordava como iria apresentar uma proposta nesse sentido ao colégio de comissários. Estou muito satisfeito”, afirmaram Mendonça e Moura.
Também hoje, a confederação realizará uma reunião com o Comitê de Organizações Profissionais Agrícolas (COPA) sobre o funcionamento e atividades da organização.
A agenda de quinta-feira inclui uma reunião pública com as federações agrícolas da Alemanha, Bélgica, Espanha, Itália e Países Baixos para “analisar a situação geral dos agricultores na Europa”, uma reunião com parlamentares europeus e com a Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia ( REPER).
A viagem terminará na sexta-feira com uma visita a um local de produção agrícola na Flandres.
O Conselho de Ministros aprovou quinta-feira uma resolução que visa apoiar o setor agrícola com 320 milhões de euros para mitigar os efeitos da seca e da inflação nos custos de produção.
Contactado pela Lusa, o Ministério da Agricultura e Alimentação explicou que este montante faz parte do plano de apoio ao sector, com mais de 400 milhões de euros de financiamento, lançado pelo governo.
O resto do dinheiro será utilizado para apoios que dependem da “luz verde” de Bruxelas, disse.
O governo tinha anunciado um programa de apoio de mais de 400 milhões de euros para mitigar os efeitos da seca e fortalecer o PEPAC, mas isso não impediu o protesto do sector.
(Pedro Emídio | Lusa.pt)
Leis aqui o artigo original.
“Extremo fanático por mídia social. Desbravador incurável do twitter. Ninja do café. Defensor do bacon do mal.”