Como você sabe, não faz muito tempo em Espanha foram introduzidos por lei câmeras em matadourosproteger os animais de tratamentos cruéis – alguns dos quais documentados por pesquisas da Animal Equality – e monitorar as condições higiênicas e sanitárias em que o gado é mantido.
No entanto, parece um pouco com contradição que a Espanha implementou tal medida para proteger os animais, já que as touradas ainda são praticadas em muitas partes do país europeu.
Como ocorre a tourada?
A primeira coisa que você precisa saber é que hoje as touradas são praticadas principalmente na Espanha, em vários países da América Latina (incluindo México, Peru, Venezuela, Equador, Colômbia, Costa Rica, Panamá, Bolívia), em Portugal e no sul da França. Essa prática ocorre em uma arena circular e inclui você luta no qual Três matadores eles enfrentam deles touros cada. Cada matador tem uma equipe de cinco homens, a pé e a cavalo. Existem Três degraus: (tercio de varas, tercio da banderillas e tercio de muleta). No antes fase o touro é incitado com o moletom bregaou aquele pedaço de pano em forma de capa com que o toureiro, no fundo, tenta deixar o touro nervoso e induzi-lo à carga.
Neste ponto o picadorque tem por função infligir um ou mais golpes atrás do pescoço do touro pica (que é uma haste de madeira com ponta de metal) para enfraquecê-la. No segundo a primeira fase vai para o touro esfaqueando – desta vez nas costas – um farpa (pequena vara de madeira com uma ponta pontiaguda).
finalmente, o cena mais famosa: o matador que vira aqui e ali com o muleta (ou seja, aquele pedaço de pano vermelho enquanto em sua mão livre ele segura a espada que usará para desferir o golpe final no touro agora exausto. Um animalentão vem morto de forma cruel, com golpes repetidos e violentos, sem culpa. Para entretenimentosob aplausos e risadas de todos.
Agora que fizemos essa pequena resenha, parece ainda mais absurdo que em 2022 ainda exista tal tradição, né?
Uma “Festa Nacional”, entre a tradição e a resistência
No país já se falou muitas vezes na possibilidade da sua proibição, mas sendo um “partido nacional”, como lhe chamam, fortemente enraizado nas tradições – sobretudo nas cidades mais pequenas e periféricas – sempre houve resistência. O Parlamento catalão tentou em 2011 (com a Lei n. 28/2010 da Comunidade Autônoma Catalana) uma proibição formal desta prática na região com o apoio da Sociedade Mundial para a Proteção dos Animais. Excelente, só que esta proibição foi anulada em 2016 por ser considerada inconstitucional, sendo as touradas declaradas património cultural pela lei de 2 de novembro de 2013, n. 18 que, ademais, também dispõe sobre medidas de promoção e proteção, impedindo assim novas iniciativas proibicionistas.
Apesar disso, porém, o que é consolador é que 25 de setembro de 2011 é a data da última tourada registrada na comunidade autônoma catalã na qual a proibição foi considerada. E o que isso significa? Isso significa que a sensibilidade sobre o assunto e a oposição estão crescendo. De um lado, do outro, há quem defenda com veemência a tradição tauromáquica na praça.
Quando as touradas nasceram, como muitas outras práticas nocivas ao meio ambiente e aos animais, não havia a sensibilidade e a informação que hoje existe sobre estas questões. E isso deve ser dito para não pecar na hipocrisia. Com isto quero dizer que num contexto sociocultural tão distante como o século XI, período histórico em que nasceu, tal prática era quase “normal”. Mas não hoje. E é por isso que o que vou contar vai fazer você pular da cadeira. Os últimos dois anos foram uma mina de ouro para as touradas. De fato, 2022 parece ser o ano de seu renascimento após a pandemia de coronavírus. Veja o caso de Las Ventas, que em 8 de maio deste ano sediou a tourada inaugural do festival mais prestigiado da Espanha, San Isidro. 28 tardes consecutivas de touradas, num total de 178 touros mortos. 178.
Em 2019, foram realizadas 1.425 touradas na Espanha (de acordo com as últimas estatísticas disponíveis publicadas pelo Ministério da Cultura). Mas isso não é nada comparado a este ano. A Secretaria-Geral do principal grupo empresarial tauromáquico disse que, em relação a 2019, ocorreram 60% a mais de eventos na Espanha em março e 100% a mais em abril.
Em La Rioja, gastam-se quase um milhão de euros por ano só nas populares festas taurinas, no País Basco 300 mil euros.
É também uma prática muito perigosa. O último episódio trágico foi em junho ad L’Espinal, na Colômbia: onde as arquibancadas de uma praça de touros desabaram durante uma tourada, matando cinco pessoas e ferindo cerca de quinhentas. Dado o aumento da demanda, a situação parece longe de se deteriorar.
Os (pequenos) progressos que já não bastam
O Supremo Tribunal Federal em maio de 2016 tem proíbe o torneio Toro de la Vega (no qual os habitantes de Tordesilhasarmados com lanças, matam o animal).
A bilhetes para touradas eles eram excluído de um programa que oferece bUnião Cultura a partir de 400 euros Para os jovens.
99 prefeituras Espanhol eles recusam sediar festas taurinas, segundo dados do CAS (Comitê Antitaurino).
Mas ainda não há questão de abolição. Porque? Porque não vale a pena: Alho criadores espanhóis e outros governo que sentiriam a pressão e a resistência dos tradicionalistas. O que já foi dito várias vezes pelas autoridades espanholas é que a questão das touradas merece um longo e aprofundado debate. Não é hora de iniciá-lo?
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