‘E se uma nova tecnologia chegar em 12 anos?’

A UE formalizou os e-combustíveis como um salva-vidas para motores térmicos, mesmo depois de 2035, quando a gasolina e o diesel como os conhecemos hoje serão aposentados. Ao mesmo tempo, o mundo automotivo continua seu processo de eletrificação.

A cenário que permanece um pouco incerto também porque o horizonte temporal é bastante longo, tendo em conta que ainda faltam 13 anos para o banimento europeu da gasolina e do gasóleo em 2035.

Justamente por isso Carlos TavaresCEO da Stellantis, fez algumas perguntas muito legítimas durante uma visita à fábrica da Vauxhall em Luton, conversando com Caminhão. A Tavares presta especial atenção ao combustíveis elétricos, explicando como eles poderiam minar seriamente o caminho para a eletricidade.

O primeiro cenário é que eles não quebram paradigmas – diz Tavares sobre a possibilidade de que os e-fuels possam realmente se provar neutro em carbono e reduzir significativamente os custos – então estamos seguros e continuamos a empurrar veículos elétricos. O segundo cenário é que eles quebram paradigmas. Então, o que fazemos? Ainda temos 12 anos, pouco antes da proibição de 2036? E se algumas dessas crianças encontrarem uma reviravolta dizendo que encontraram uma maneira de reduzir massivamente o custo de fabricação de combustíveis eletrônicos e, sem impostos, estão em algum tipo de playground?”.

Tavares continuou:Eu tenho as respostas para essas perguntas? Não. Mas você vê, esse é o grande problema com o que estamos fazendo. Leva 20 anos para executar a estratégia atual. Qual é a probabilidade de que, em uma janela de tempo de 20 anos, ninguém apareça dizendo: “Encontrei algo que custa muito menos à sociedade, um resultado melhor para o planeta e muito mais fácil de executar?” ‘”.

Palavras que não fazem sentido as do treinador português, que depois acrescentou: “Não há dogmas, é apenas o fato de que trabalhamos no desenvolvimento de tecnologia há um século. E então, de repente, o mundo exterior quer que alcancemos a mesma eficiência com uma nova tecnologia que tem um tempo muito limitado para otimizar. Os políticos são muito respeitosos – conclui – mas não sei se eles estão ouvindo. Apenas compartilho essa observação, não de forma agressiva porque não gostaria de ser um líder político hoje em dia. Acho um trabalho impossível. Assim vai todo o meu respeito por eles. Mas, ao mesmo tempo, se ninguém fizer as perguntas difíceis, quem o fará?”.

Harlan Ware

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