As próximas eleições para o Parlamento Europeu decorrerão de 6 a 9 de junho de 2024, segundo uma carta enviada à presidente do Parlamento, Roberta Metsola, pela ministra sueca dos Assuntos Europeus, cujo país exerce a presidência rotativa do Conselho da UE.
A carta de Jessika Roswall, enviada em 12 de maio e vista pela EURACTIV, é uma resposta à oferta de Metsola de realizar eleições de 23 a 26 de maio.
Como os estados membros não conseguiram chegar a uma decisão unânime sobre a data das eleições, a atual lei eleitoral da UE estabelece como padrão os dias eleitorais no início de junho.
“Como sabem, a lei eleitoral da UE estipula que a alteração das datas requer uma decisão unânime do Conselho, após consulta ao Parlamento Europeu. Como nenhuma das datas alternativas obteve o apoio necessário, as datas definidas pela lei eleitoral da UE serão aplicadas”, disse Roswall a Metsola na carta.
Falta de tempo
A decisão poderá trazer algumas dificuldades, por exemplo para os eurodeputados que terão menos tempo para tomar posse, formar uma maioria funcional e tomar decisões cruciais sobre a nova composição da Comissão Europeia.
Nas eleições de 2019, cerca de 60% dos 705 eurodeputados eram novos no Parlamento. Nas próximas eleições, espera-se que mais da metade dos legisladores europeus esteja em seu primeiro mandato.
Uma velha lei eleitoral
Os eurodeputados foram particularmente críticos da lei eleitoral da UE, em particular do Partido Popular Europeu (PPE) e dos Socialistas e Democratas (S&D), respectivamente Danuta Maria Hubner e Domenec Ruiz Devesa, ambos com experiência comprovada na matéria.
A lei está em vigor desde 1976 e estabeleceu as condições para as primeiras eleições diretas para o Parlamento Europeu em 1979. No entanto, permaneceu inalterada apesar de várias décadas de integração europeia estável.
Devesa foi o relator da proposta de introdução de listas transnacionais à escala da UE, para permitir aos cidadãos da UE eleger um pequeno número de deputados de outros países numa lista da UE à escala da UE e tornar o chamado processo juridicamente vinculativo Spitzenkandidata eleição de um candidato à presidência da Comissão que represente o partido político europeu com maior número de assentos.
O Parlamento aprovou a proposta em maio de 2022, mas os estados membros ainda não votaram a proposta e é improvável que o façam antes da próxima eleição.
Portugal insatisfeito
Segundo fonte oficial de um grupo político do Parlamento Europeu, a escolha do default no início de junho será particularmente problemática em Portugal, já que o país vai viver feriados nessa semana, o que pode levar a uma baixa afluência às urnas.
No entanto, o Conselho não encontrou outra alternativa a esta escolha, tendo alguns Estados-Membros encontrado outras vezes problemas semelhantes.
*Luca Bertuzzi contribuiu para uma reportagem
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