Identidade de Saúde – Tendência Saudável: será mesmo tão saudável?

Tigelas, Smoothies, alimentos “com” e alimentos “sem”. Alimentos sem açúcar, sem gordura, sem glúten, sem lactose, com maior quantidade de proteínas ou vitaminas, com probióticos…

Uma tendência saudável que nos rodeia todos os dias e nos assombra nas redes sociais, promovendo imagens de pessoas com boa tonicidade muscular em roupa desportiva a andar pela rua com um batido de proteína na mão, com uma cutucada na hora do almoço e com sumos de fruta ou extrato um aperitivo na companhia.

Bons hábitos, ou melhor, excelentes, para promover um estilo de vida saudável. Mas até que ponto podemos realmente ser considerados saudáveis?

Uma era “saudável”, novos alimentos para manter a forma, promoção da boa forma física através de desportos ao ar livre e sempre novas aulas de ginástica, em contraste com a anterior era “louca e indisciplinada” representada pela icónica supermodelo Kate Moss.

A promoção de dois estilos de vida opostos, um nascido em reacção ao anterior, mas que têm vários pontos em comum.

A primeira: moda.

O cenário é de facto o mundo da moda, tanto para Moss como para o mundo saudável, promovido pelos VIPs do nosso tempo.

Os outros pontos em comum? O sentimento de necessidade, de pertencimento, de inclusão.

A necessidade de se sentir parte de algo, de se sentir aceito por esse motivo. Inclusão numa comunidade (neste caso promoção da saúde) que crie um sentimento de pertença, necessidade que sempre foi fundamental para o ser humano.

Obviamente, o efeito físico e mental destes modos, especialmente ao longo dos anos, não é comparável. O efeito a longo prazo de, por exemplo, consumir um medicamento em comparação com um pequeno-almoço proteico é obviamente catastrófico.

Mas em ambos os casos há um fator deletério necessário: a limitação. A alimentação, a exposição solar e outras práticas do mundo da moda tiveram que ser restringidas, assim como todos os hábitos e alimentos que não se enquadrassem na categoria “saudável” tiveram que ser eliminados e excluídos, sob pena de sentimento de culpa e inadequação.

Uma pertença que Moss e os seus colegas se viram tendo por um contexto, um trabalho e um papel social, dos quais era impossível escapar, exceto através da transgressão. Gestos “inevitáveis”, realizados por jovens vítimas de um mundo maior e mais autoritário que o deles, que envolveram muitas restrições muito rígidas.

Henley Maxwells

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