Investigação, renúncia e novas eleições. Em Portugal não perdemos tempo (I. Smirnova)

Portugal terá eleições antecipadas em 10 de março de 2024. A decisão foi do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, como ele próprio anunciou num discurso na televisão. O Presidente da República Portuguesa vai assim dissolver o Parlamento e convocar eleições gerais antecipadas, na sequência da demissão do Primeiro-Ministro António Costa, implicado num escândalo de corrupção.

Rebelo de Sousa agradeceu a Costa “pela sua disponibilidade” em continuar a liderar o governo até à tomada de posse do seu sucessor. O presidente conservador falava depois de ouvir, algumas horas antes, membros do Conselho de Estado, órgão consultivo, sobre a situação política no país. Rebelo de Sousa optou por convocar eleições, tal como solicitado pelos principais partidos da oposição de direita e esquerda que recebeu na quarta-feira, para ultrapassar a crise política provocada pela demissão surpresa de Costa. Não aceitou a proposta dos socialistas, que teriam preferido uma solução baseada na continuidade, com a nomeação de um novo primeiro-ministro que governaria com o apoio da maioria que detêm no Parlamento.

No ano passado, recorda La Stampa, Costa iniciou o seu terceiro mandato como primeiro-ministro, o primeiro a solo depois de vencer as últimas eleições legislativas por larga margem. Porém, já há algum tempo, a imagem do seu governo vinha sendo prejudicada por certas polêmicas que acabaram no centro das polêmicas. No entanto, o que começou ontem de manhã parece ser um terramoto político de uma escala completamente diferente, que ocorre também nas vésperas do Congresso dos Socialistas Europeus em Málaga (10-11 de Novembro).

No comando desde 2015, o líder socialista Antonio Costa renunciou assim que soube que seu nome também aparecia no caderno dos investigadores, embora tenha se declarado não envolvido nos fatos. “As funções de primeiro-ministro são incompatíveis com qualquer suspeita sobre a sua integridade”, afirmou. O que o convenceu foi o clamor causado pelas diversas buscas ordenadas pela Procuradoria-Geral da República e realizadas na residência oficial de Costa e noutros locais públicos e privados. Cinco pessoas foram algemadas, incluindo o chefe de gabinete do primeiro-ministro Vítor Escaria. Também na lista de suspeitos está o ministro das Infraestruturas, João Galamba.

Irina Smirnova

Na foto: o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa com o primeiro-ministro Antonio Costa (à direita)

Beowulf Presleye

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