MAAT de Lisboa. Exposições verão 2023

Às margens do Tejo, no bairro histórico de Belém, ergue-se Lisboa, a MAATo Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia projetado pelo escritório de arquitetura londrino AL_A Amanda Jane Levite. Inaugurado em 2016, o MAAT tornou-se uma obra simbólica do caminho de renascimento percorrido por Lisboa e o seu reposicionamento como capital cultural europeia, capaz de atrair também operadores estrangeiros. Até 28 de agosto, o novo centro de arte contemporânea acolhe uma grande retrospetiva da artista portuguesa Luísa Cunha e até setembro as exposições pessoais de Sandra Rocha e Ana Cardoso, organizadas pelo diretor João Pinharanda, e Arquipélagodedicado à coleção obsessiva, redundante e lúdica de Hervé di Rosa do Museu Internacional de Artes Modest em Sète (curador Noëlig Le Roux).

O Museu MAAT em Lisboa

Promovido com um investimento de 20 milhões pela Fundação EDP, instituição privada a operar em Portugal desde 2004 sob o patrocínio e emanação cultural da gigante Energias de Portugal, o MAAT chegou assim há quase sete anos a enriquecer a oferta cultural da cidade de Lisboa focada em arte, arquitetura e tecnologia. Através da recuperação de uma antiga central de 1908 e do edifício construído de raiz por Levete, com formas sinuosas, coberturas que refletem a luz, uma cobertura pedonal e panorâmica, os espaços interiores redesenhados em 2020 pelo atelier SO-IL e o plano paisagístico do arquiteto libanês Vladimir Djurovic, o museu – privado, diga-se de passagem – continua hoje seu processo de consolidação como interlocutor de credibilidade internacional no debate sobre as práticas artísticas contemporâneas.

Exposição de Luísa Cunha no MAAT

Nos espaços da antiga central do Tejo, que é um dos dois corpos em que o MAAT se estrutura, Isabel Carlos, ex-directora do CAM Centro de Arte Moderna Gulbenkian, organizou Bom dia! Você está aqui?a primeira grande retrospectiva da obra do artista Luísa Cunha (Lisboa, 1949). Através de uma investigação de todos os diferentes meios utilizados pelo artista – som, fotografia, vídeo, desenho e escultura – a exposição explora a prática de Cunha de 1992 a 2022. Vencedora do Grande Prémio EDP Arte em 2021, Luisa Cunha “é uma voz única na arte contemporânea, com um universo particular, intrigante e humorístico, mas sobretudo com uma componente política nada óbvia”, como disse a curadora Isabel Carlos. Com uma matriz conceptual – que declara a sua estima por Duchamp e Bruce Nauman – as questões da perceção e da comunicação estão no centro do interesse do artista português, que alarga a sua prática artística em intervenções muitas vezes mínimas e discretas e em obras sonoras. Onde o som abre novos espaços imaginários ou ocupa espaço fisicamente, relacionando-se com os corpos dos espectadores e com contextos mentais, emocionais, sexuais, sócio-políticos mais amplos.

Cristina Masturzo

https://www.maat.pt/en

Harlan Ware

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