“O Brasil está de volta”. O novo presidente disse que Luiz Inácio Lula da Silva por ocasião da cimeira Brasil-Portugal que decorre em Lisboa.
Lula chegou a Portugal na sexta-feira para uma visita de cinco dias com o objetivo de melhorar as relações com o exterior após os quatro anos de isolamento do mandato de Jair Bolsonaro. Na terça-feira, ele continuará sua turnê com uma visita à Espanha, enquanto algumas semanas atrás ele visitou Pequim e Washington.
Ex-presidente do Brasil de 2003 a 2010, Lula quer trazer seu país de volta ao centro da geopolítica mundial e desde o início de seu mandato ele tentou agir como um balanceador.
A guerra na Ucrânia
Um equilíbrio que tenta encontrar especialmente na posição do Brasil diante da invasão russa da Ucrânia.
Após seus comentários polêmicos de que Kiev compartilhava a responsabilidade pela guerra na Ucrânia, Lula disse que sabia “o que é uma invasão” e que reiterou sua proposta para que um grupo de nações, incluindo o Brasil, negocie uma resolução pacífica para a guerra. O líder brasileiro de 77 anos, no entanto, reiterou a sua recusa em “participar” ao conflito.
“Nunca igualei os dois países porque sei o que é invasão e sei o que é integridade territorial, e todos nós achamos que a Rússia cometeu um erro e já o condenamos em todas as decisões da ONU, mas acho que a guerra já começou e agora a guerra tem que acabar, e para acabar com a guerra tem que ter alguém que queira conversar”, disse.
“Como meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Precisamos urgentemente de um grupo de países para se sentar à mesa com a Ucrânia e a Rússia”, disse ele a repórteres após uma reunião com seu homólogo português. Marcelo Rebelo de Sousa.
A posição de Portugal é diferente: “O Presidente Lula acredita que o caminho para uma paz justa e duradoura passa por dar prioridade a este caminho negocial. A posição portuguesa é diferente: entende que um caminho possível para a paz pressupõe o direito da Ucrânia de reagir à invasão“, respondeu Rebelo de Sousa.
Convidado a Kiev para “entender as verdadeiras causas e a essência” da guerra, o chefe de Estado brasileiro anunciou a partir de Lisboa que vai enviar o seu O assessor-chefe de Política Externa, Celso Amorim, se reunirá com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
**O episódio anterior**
Lula provocou uma tempestade de polêmica quando afirmou em Pequim que os EUA deveriam parar de ‘encorajar a guerra’ na Ucrânia e que a UE deveria ‘começar a falar sobre paz’.
Essas afirmações foram duramente criticadas por Washington, que o acusou de “ecoar a propaganda russa e chinesa”.
O dirigente brasileiro também reafirmou que o responsabilidade da guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 são compartilhado entre os dois países.
Recebido por Lula em Brasília, o ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov ele “agradeceu” o Brasil pela “contribuição” na busca de uma solução para o conflito e pela “excelente compreensão da gênese desta situação”.
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