O facto de em algumas cidades a gestão do acolhimento de refugiados ucranianos ter sido confiada a cidadãos russos residentes no país, alguns dos quais também com ligações a Moscovo, está a criar um debate vivo em Portugal. A polémica é particularmente acalorada na cidade de Setúbal, centro de 123 mil habitantes governado pela Coligação Democrática Unida (CDU), uma aliança eleitoral do Partido Comunista Português e do Partido Verde.
Como ele conta El País aqui, parte do processo de acolhimento ficou a cargo da Associação de Imigrantes dos Países de Leste (Edinstvo), fundada por Igor Khashin, antigo presidente do Centro Cultural Russo em Portugal. Isso despertou suspeita generalizada, a ponto de a polícia invadir escritórios municipais, onde os evacuados de guerra são recebidos e onde Khashin e sua esposa, Yulia Kashina, foram contratados antes da invasão da Ucrânia. o início do conflito. Vários deles denunciaram o fato de seus documentos terem sido fotocopiados e que seus funcionários da recepção fizeram várias perguntas não apenas sobre eles, mas também sobre seus parentes que permaneceram na Ucrânia.
A imprensa portuguesa afirma que Khashin tem boas relações com o Kremlin e que em 2014 defendeu a anexação da península da Crimeia. No mês passado, a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, denunciou em entrevista o que ela acredita ser a infiltração de russos em programas de ajuda a refugiados em vários lugares. O presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadoka, defendeu que estas anomalias ocorrem em várias cidades portuguesas, não apenas em Setúbal, e enviou uma carta à administração informando-a de “ligações suspeitas que poderão ser utilizadas para recolha de informação e pessoal”. dados, que seriam então fornecidos à Embaixada da Rússia”.
Sobre esta denúncia, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, solicitou uma investigação aprofundada e estão em curso várias investigações em vários órgãos nacionais. Apesar de Portugal ser o país europeu mais distante da Ucrânia, recebeu mais de 34 mil pessoas desde o início da crise, segundo dados do Serviço de Relações Exteriores e Fronteiras (Sef).
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