Em uma denúncia a um semanário holandês, dois homens – na época dos pequenos eventos – apontaram o dedo ao prelado por abuso sexual que teriam sofrido na década de 1990. Em novembro de 2002, Mons. Ximenes Belo, então com 54 anos, deixou repentinamente a liderança da diocese e do país por motivos de saúde. A nunciatura em Timor Leste: a investigação jornalística está sob a atenção dos dicastérios competentes do Vaticano.
Díli (AsiaNews) – O semanário holandês De Groene Amsterdammer publicou ontem um inquérito em que dois homens – à época dos pequenos factos – acusam de terem sofrido abusos sexuais por parte do Bispo Carlos Filipe Ximenes Belo, antigo administrador apostólico de Díli, vencedor do Prémio Nobel da Paz em 1996 pelo seu empenho pelo fim da guerra que levou à independência de Timor Leste da Indonésia. Dom Belo – 74 anos, salesiano, bispo desde 1989 – deixou subitamente a liderança da Igreja local em novembro de 2002 por motivos de saúde. Deixou também Timor Leste: vive agora em Portugal depois de alguns anos em missão em Moçambique.
As alegações divulgadas pelo periódico holandês referem-se a eventos que supostamente ocorreram na década de 1990. De Groene Amsterdammer afirma que as duas vítimas – agora com 40 anos – também conhecem outras pessoas abusadas; só hoje teriam encontrado a coragem de denunciar. Eles também falam de quantias em dinheiro que o prelado lhes teria pago para silenciá-los. O jornal disse ter recolhido também o testemunho de cerca de 20 outras pessoas em Timor-Leste que teriam conhecimento dos factos.
Entrevistado pela agência de imprensa portuguesa lusa a nunciatura apostólica de Díli não quis comentar o caso, especificando – no entanto – que o conteúdo da investigação jornalística e os testemunhos estão à atenção dos dicastérios competentes no Vaticano.
Após sua renúncia, Mons. Ximenes Belo falou em comunicado sobre os problemas de saúde e a necessidade de um longo período de recuperação: “Sofri de exaustão, cansaço físico e psicológico – escreveu – e por isso preciso de um longo período de descanso para recuperar totalmente a minha saúde”.
Na motivação do Prémio Nobel da Paz – que lhe foi atribuído em 1996 com o actual Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta -, foram citadas a sua denúncia aberta da ocupação indonésia, mais forte do que as ameaças, e as suas promoções laborais. resistência não violenta.
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