Os casos de Monkeypox aumentaram para quatro na Itália, com um diagnosticado na Toscana, Arezzo e mais 15 pessoas sob observação, enquanto mais de 190 casos foram relatados nas últimas semanas em 16 países da Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália. ; há 67 casos na Europa, segundo as estimativas mais recentes do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (Ecdc), detetados em oito países. É uma situação complexa e com muitos pontos ainda a serem esclarecidos, mas para a Organização Mundial da Saúde (OMS) é possível conter a transmissão.
Primeira sequência genética em Portugal
“Pretendemos interromper a transmissão do vírus de humano para humano e podemos fazê-lo em países onde a varíola não é endêmica”, disse Maria Van Kerkhove, chefe de pesquisa de doenças emergentes da OMS. Além disso, para a OMS, ainda não está claro se o vírus da varíola dos macacos sofreu mutação e a resposta pode vir da primeira sequência genética, obtida em Portugal e recém publicada, da qual parece que a cepa viral em circulação é a da África Ocidental, menos agressiva do que a segunda cepa conhecida, originária da África Central.
Mais de 50 protegidos pela vacina antiga
Enquanto isso, a OMS está preparando um debate de 360 graus sobre o vírus para a próxima semana, enquanto a reunião do comitê de segurança sanitária da União Europeia está marcada para amanhã. Os sintomas dos casos detectados na Europa parecem ser leves, disse a diretora do ECDC, Andrea Ammon, que apresentou hoje uma avaliação inicial de risco da doença. Em outra boa notícia, aqueles com mais de 50 anos parecem estar protegidos pela vacina contra a varíola feita por crianças, disse o especialista francês em doenças infecciosas Jean-Daniel Lelièvre, do hospital Henri-Modor em Créteil.
A ligação com as Ilhas Canárias
Uma das principais questões é por que, neste momento, circula um vírus conhecido desde 1958 e que desde então permaneceu essencialmente confinado à África, constatou o virologista Francesco Broccolo, da Universidade de Milão Bicocca. Estão a ser estudadas possíveis ligações entre os casos conhecidos até agora e neste momento um elemento recorrente parece ser um feriado nas Ilhas Canárias, onde entre 5 e 15 de maio foi organizado um evento muito movimentado em Maspalomas. O quarto caso italiano, um homem de 32 anos internado na Toscana, no hospital San Donato de Arezzo, cujo diagnóstico foi confirmado após análises realizadas pelo Instituto Spallanzani em Roma, também parece estar ligado às ilhas. .
O animal do “reservatório” é desconhecido
A questão da origem deste vírus também tem sido levantada há mais de 60 anos: embora tenham sido observadas infecções em roedores e primatas não humanos, o animal do “reservatório” do qual a infecção se origina ainda não é conhecido. Uma resposta poderá vir das sequências genéticas do vírus, a primeira das quais foi publicada e depositada por um grupo de investigação português numa plataforma de livre acesso aos investigadores, tal como fazem com o vírus SARS-CoV desde o início de 2020 .-2 . A Unidade de Bioinformática do Departamento de Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde “Doutor Ricardo Jorge” (Insa) em Lisboa obteve o mapa genético do vírus.
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