A tecnologia deve ser governada por humanos. Caso contrário, se o primeiro prevalecer sobre o segundo, é fácil entrar em parafuso. A culpa nunca é do computador, da máquina, digamos do varmas do homem disfarçado de árbitro que se confunde, que prefere posições mais cómodas mas erróneas, atalhos perigosos, que conhece as incertezas profissionais, até existenciais (“Vou ou não vou ver a ‘acção?’, ‘Vou ouvir o colega que manobra as imagens e com a regra da TV, impedimento automático, mede os centímetros?’), gerando polêmica e revolta.
Bastou ouvir Stankovic, no jogo Juve-Sampdoria, quando evocou este toque de braço de Rabiot que facilitou o controle e o gol do francês, nem tão convencido de sua ação. O treinador da Sampdoria foi tão tranquilo na sua explicação, Mourinho foi tão bravo nos seus protestos como árbitro, muitas vezes envenenador de poços de futebol, ainda que na história errada com Serra, o quarto homem do Cremonese-Roma, o poeta português parecia estar à direita lado, pelo contrário o juiz esportivo primeiro depois o tribunal de apelação o mandou como punição por dois dias: para os juízes o bandeirinha não tinha língua longa ou ofensiva. A dúvida, a incerteza das arbitragens reinam nos mestres, apesar do Var que também deveria acalmar os ânimos. Para alimentar a confusão haveria a ofensiva comandada por ex-jogadores, grandes nomes, comentaristas, que saudariam seu empenho ao lado dos árbitros: a sala do Var deveria crescer, ter o conforto do olhar e talvez cogitar algum salário. Você sabe, eles jogaram, eles sabem muito, eles entendem imediatamente se um braço ou uma mão tocou sorrateiramente aquela bola.
“Aficionado por zumbis que gosta de hipster. Explorador típico. Defensor da cultura pop. Nerd de mídia social.”