Cidade do Vaticano – Os bispos de Portugal também decidiram seguir o exemplo da França e da Alemanha para esclarecer o flagelo da pedofilia na Igreja. A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou a criação de uma comissão nacional para investigar todos os incidentes de abuso sexual de menores e adultos vulneráveis cometidos nas estruturas diocesanas e religiosas portuguesas. Esta é uma passagem importante que marca a confirmação do recebimento de documentos do Papa Francisco contra a pedofilia. “Não temos medo de fazer tudo isso, pelo contrário”, declarou o presidente da conferência, Dom José Ornelas, reunido com um grupo de jornalistas no final da assembleia plenária que reuniu os bispos portugueses. Durante os trabalhos da cúpula, foi acordada a criação da comissão nacional com o objetivo de realizar um “estudo histórico” dos casos de abuso. Por enquanto, não está especificado o prazo para esclarecer, mesmo que os bispos tenham assinado que a autoridade terá total independência e em nenhum caso será controlada pela conferência episcopal.
Um pouco como aconteceu também na França, onde o CIASE – do nome da comissão francesa chefiada por um juiz de autoridade – teve acesso aos arquivos confidenciais mantidos nas dioceses. Ornelas disse que os bispos querem chegar “ao fundo das coisas e a Igreja está pronta para qualquer coisa”. “Não queremos influenciar de forma alguma o trabalho desta comissão, mas é necessário ter uma dimensão clara do fenómeno”, explicou o Bispo de Setúbal. “Se houve atitudes ocultas no passado, vamos lidar com elas também. Faz parte da honestidade com que devemos lidar com elas.” Há poucos dias, antes do início da Assembleia Plenária, 250 católicos pediram , em uma carta enviada ao CEP, uma investigação independente sobre os abusos porque consideram as medidas tomadas totalmente insuficientes. Os peticionários pediram uma investigação nacional rigorosa, completa e verdadeiramente independente por um período de 50 anos.
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