Portugal corre risco de crise política após divergência entre primeiro-ministro e presidente

LISBOA (Reuters) – Os partidos de oposição de Portugal pediram ao presidente que use seu poder para dissolver o Parlamento devido ao escândalo em torno da companhia aérea nacional TAP, mesmo com analistas esperando que o governo de maioria socialista sobreviva, pelo menos por enquanto.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, que tutela a TAP, apresentou ontem a sua demissão. Apesar disso, o Primeiro-Ministro António Costa decidiu manter o ministro no cargo, ignorando o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa que tinha deixado claro que queria a saída de Galamba.

“A única forma de restaurar a normalidade democrática é dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas”, disse Rui Rocha, líder do partido Iniciativa Liberal, qualificando o episódio de ontem de uma tentativa de humilhar o presidente.

Os socialistas de Costa obtiveram maioria parlamentar absoluta em Janeiro de 2022, mas o seu terceiro governo consecutivo tem sido marcado pela instabilidade, apesar de ter alcançado uma das mais fortes expansões económicas da União Europeia, reduzindo a dívida e atraindo elogios de Bruxelas.

Convocar eleições antecipadas tornaria mais difícil para um governo provisório utilizar o fundo de recuperação da UE, essencial para apoiar empresas e famílias, à medida que o crescimento abranda.

(Traduzido por Chiara Bontacchio, editado por Claudia Cristoferi)

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