Também Florence na Rede Europeia de Cidades Livres de Pesticidas

Proibir o uso de agrotóxicos em espaços públicos e ao mesmo tempo promover boas práticas ambientais envolvendo ativamente os cidadãos. Este é o propósito da Rede Europeia de cidades sem agrotóxicos que reúne cerca de setenta municípios de toda a Europa. A última, por ordem cronológica, foi a de Florença, que há muito eliminou o uso de agrotóxicos, mas que “ao aderir à Rede”, declarou Cecilia Del Re, vereadora de meio ambiente do município, “quer trabalhar para conscientização dos espaços verdes privados para proibir seu uso aqui também”.

A ideia do projeto Network vem da Pan Europe. Esta ONG, com sede em Bruxelas, reúne mais de seiscentas organizações e instituições não governamentais presentes em cerca de sessenta países de todo o mundo e está envolvida desde 1982 na luta contra o uso de pesticidas químicos. “Mas foi na Itália, em novembro de 2017, que o projeto foi lançado e logo recebeu muita aprovação”, lembra Fulvia Panza, coordenadora da Rede. “Até hoje, só no nosso país, 56 municípios aderiram à rede. Este é o número mais elevado da Europa. Fazem parte dela, para citar alguns: Florença, Belluno, Varèse, Ragusa, Bolzano, Carmignano (Prato), Occhiobello (Rovigo), Tollo (Chieti). Enquanto a nível europeu”, continua, “existem algumas capitais, como Lisboa (Portugal), Tallin (Estónia) e Zagreb (Croácia)”.

A eliminação do uso de herbicidas e pesticidas químicos em espaços públicos como playgrounds, quadras esportivas, cemitérios, canteiros e calçadas “tem dupla finalidade”, explica Panza: “proteger a saúde dos cidadãos, principalmente das crianças mais expostas, e defender o meio ambiente, proteger a biodiversidade. Um exemplo particularmente virtuoso é o de Carmignano, na província de Prato, que proibiu o uso de todos os pesticidas químicos tanto em espaços verdes como em terras agrícolas, em favor de uma gestão inteiramente voltada para a sustentabilidade ambiental” .

A adesão à Rede obriga as administrações municipais, através da assinatura de um protocolo, a atingir em três anos o objetivo de eliminar o uso de herbicidas e pesticidas nos espaços públicos geridos pelo Município, com a progressiva extensão também aos espaços privados com acesso público e às áreas agrícolas perto de lugares habitados.

“Também pretendemos aumentar a conscientização política em todos os níveis”, lembra Panza. “Ao aderir, de fato, os gestores se comprometem a divulgar os resultados obtidos e a compartilhar experiências, práticas e conhecimentos. Também estamos convencidos de que a adesão à rede europeia pode ter um impacto no turismo”.

De facto, o número de pessoas que escolhem o seu destino de férias tem aumentado recentemente, tendo também em conta o critério da sustentabilidade ambiental. “A este respeito, quero recordar”, continua o coordenador, “a parceria com a Associação das Aldeias Autênticas da Itália que, de acordo com o seu manifesto, atribui grande importância a este aspecto”. Para o próximo outono, a Pesticide Free Cities Network está planejando uma mesa redonda sobre essas questões no Parlamento Europeu

Cooper Averille

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